Mães da Praça de Maio: 35 anos de vida, paixão e luta

A emblemática associação argentina Mães da Praça de Maio comemorará nesta segunda-feira (30) 35 anos de vida, paixão e luta, iniciadas quando o país estava submetido a uma ditadura militar que deixou o nefasto saldo de 30 mil detidos-desaparecidos.

Capazes de transformar a dor em uma força positiva de afirmação da de vida, liberdade, verdade e justiça social, agora transmitimos "a nossa juventude e a nosso povo a necessidade de manter viva a Memória, a Verdade e a Justiça", assinalou Marta Vázquez, titular das Mães da Praça de Maio – Linha Fundadora.

Em uma breve nota difundida no domingo através da agência de notícias Telam, Vázquez destacou que desde 2003 foi possível julgar os repressores que aplicaram o brutal terrorismo de Estado contra o povo argentino e hoje vemos centenas deles com condenações que cumprem em cárceres comuns.

Desde o início, o que tentamos foi dar vida permanentemente a nossos filhos, recordou por sua parte a presidente da Associação Mães da Praça de Maio, Hebe de Bonafini.

A partir de nosso trabalho, intenso e incrível, temos tratado de trazê-los à vida, de dar-lhes vida em cada coisa que fazemos, sublinhou Hebe, para quem 35 anos para as Mães "não são quase nada", pois todas têm mais de 80. Mas nos sentimos cada vez mais felizes, reconheceu a lutadora pelos direitos humanos e sublinhou que nestas três décadas e meia vivera, muitas coisas e todas com intensidade e paixão.

Heve De Bonafini rememorou também que em dezembro do próprio 1977 três das mães fundadoras, Azucena Villaflor, María Eugenia Ponce de Bianco e Esther Ballestrino de Careaga, foram sequestradas, torturadas e jogadas vivas no rio.

Levaram-nas para destruir-nos e tivemos que voltar a começar, escreveu Hebe e assinalou que então foi preciso “caminhar casa por casa, ir a cada Mãe para recomeçar, para que ninguém deixasse e Praça”.

Prensa Latina