Sindicalistas do Rio são contra possível flexibilização da CLT 

A forte chuva que cai desde ontem (30) no Rio de Janeiro provocou o adiamento da festa que a Central Única dos Trabalhadores do Rio (CUT) tinha programado para hoje (1º), na Quinta da Boa Vista, em comemoração ao Dia do Trabalhador. Já as centrais sindicais Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) mantiveram o show programado para o Sambódromo.

 O presidente da NCST do Rio de Janeiro (NCST-RJ), Sebastião José da Silva, repudiou o projeto de flexibilização da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que estaria em fase final de análise na Casa Civil da Presidência da República, para ser apresentado ao Congresso Nacional, conforme informações do jornal O Globo.

O entendimento do movimento sindical do Rio de Janeiro, disse Silva à Agência Brasil, é que a legislação brasileira já é flexível. A discussão se restringe aos direitos fundamentais.

“O que não é flexível são aqueles direitos fundamentais, que estão na Constituição, como a questão da jornada de trabalho, do pagamento de horas extras, do direito à férias e ao décimo-terceiro salário”, disse o presidente da central.

Silva informou que a presidente da República, Dilma Rousseff, assegurou aos presidentes das centrais sindicais, no mês passado, que no seu governo não haveria flexibilização no sentido de reduzir os direitos dos trabalhadores.

Para ampliar direitos

Segundo o presidente da NCST, não há deliberação para flexibilizar a CLT com o objetivo de facilitar acordos trabalhistas, mas medidas pontuais que envolvem incentivos para fortalecer segmentos econômicos que passam por dificuldades por causa da concorrência.

Silva atribuiu à pressão política o interesse de algumas entidades sindicais de fazer que o acordado entre patrões e empregados possa prevalecer sobre a legislação. Segundo ele, há flexibilização no Brasil “de fato e de direito”, e as negociações ou acordos coletivos de trabalho existem “para ampliar os direitos dos trabalhadores”, não para reduzi-los.

O que a legislação impõe, informou o presidente, é uma limitação que favorece o trabalhador. Cabe aos sindicatos ampliar as garantias fixadas na lei.

De acordo com Silva, toda matéria relativa aos direitos dos trabalhadores é discutida no Conselho de Relações do Trabalho, no Ministério do Trabalho e Emprego. Para que sejam levadas ao Congresso, as questões discutidas têm de ser consensuais. O presidente da central disse que o assunto deverá ser abordado no próximo dia 3, em São Paulo, durante reunião das centrais sindicais, e no dia 22, no conselho, em Brasília.

Adiamento

Amanhã (2), os dirigentes da CUT vão se reunir para marcar uma nova data para a festividade, segundo informou à Agência Brasil o presidente da CUT no Rio, Darby de Lemos Igayara. Ele destacou, porém, que a bandeira continua sendo a mesma: o fim do imposto sindical. Dentro das comemorações do Dia do Trabalho, a CUT pretende colher votos para o plebiscito nacional contra o imposto.

A festa das centrais sindicais em comemoração ao Dia do Trabalhador contará com artistas como Arlindo Cruz e Preta Gil. O novo ministro do Trabalho, Brizola Neto, é aguardado no local.

Com Agência Brasil