Egípcios voltam às urnas no 2º dia de eleições presidenciais

A segunda e última jornada das eleições presidenciais egípcias, as primeiras para grande parte da população do país, acontece nessa quinta-feira (24), com filas menores do que as registradas nesta quarta (23) – primeiro dia de votação. É a primeira vez que o Egito escolhe livremente o seu líder em seis décadas.

O governo dispensou os funcionários para aumentar o número de votantes, mas o comparecimento às urnas nesta manhã foi consideravelmente menor. Os dois dias de eleição marcam o fim do regime autoritário de Hosni Mubarak, embora ainda haja preocupações em relação aos militares que tomaram o controle do país após a queda do ditador. Acredita-se que eles queiram manter sua influência no governo.

Treze candidatos disputam o cargo, dentre eles islamitas, liberais e ex-integrantes do regime de Mubarak. Como provavelmente nenhum deve conquistar a maioria de 50% dos votos, um segundo turno está marcado para os dias 16 e 17 de junho, entre os dois candidatos mais votados. O vencedor será anunciado em 21 de junho.

"Esta é a primeira vez que voto na minha vida toda. Não participei das eleições anteriores porque sabíamos quem seria o presidente. Esta é a primeira vez que não sabemos", disse à agência Reuters o engenheiro Mohamed Mustafa, 52 anos, no bairro de Zamalek, no Cairo.

"A revolução nos deu o direito de elegermos livremente nosso presidente", disse à Associated Press a dona de casa Doaa Nasr, referindo-se aos 18 dias de levante que derrubaram o regime de 29 anos de Mubarak, 15 meses atrás. "Ninguém pode nos tirar esse direito", disse ela, enquanto esperava na fila para votar no distrito de Zeitoun, no Cairo.

Resultados no exterior

Os resultados dos votos dos egípcios que residem no exterior já foram divulgados e apontam vantagem para o candidato da Irmandade Muçulmana, Mohammad Mursi, graças ao apoio massivo dos eleitores residentes na Arábia Saudita. Na França, o candidato Hamdin Sabbahi foi o vencedor, enquanto no Brasil houve um empate entre Aboul Foutoh e Hamdin Sabbahi. Veja aqui os principais candidatos.

Apesar de não haver no Egito centros de pesquisa independentes de intenção de votos, os analistas afirmam que a percentagem de indecisos pode chegar a 40%.

Opera Mundi,
com informações da rede multiestatal TeleSur