Conselho de Segurança da ONU condena a Síria

O Conselho de Segurança das Nações Unidas condenou o governo sírio em reunião extraordinária  neste domingo (27) pelo massacre de Houla, no qual morreram mais de 100 pessoas na última sexta-feira (25).

Por meio de comunicado, os 15 membros do conselho assinalam que os ataques "utilizaram disparos de artilharia e tanques do governo contra um bairro residencial" e pedem ao presidente sírio, Bashar Assad, que retire o armamento pesado das cidades sírias.

"Os membros do Conselho de Segurança reafirmaram que qualquer tipo de violência, proveniente de qualquer das partes, deve cessar. Os responsáveis pelos atos de violência prestarão contas".

Fontes diplomáticas russas disseram, pouco antes de começar a reunião do Conselho, que antes de tomar uma decisão é necessário determinar se as autoridades sírias são responsáveis pela tragédia.

O governo sírio nega responsabilidade pelo massacre e denunciou neste domingo a sincronização do massacre na cidade de Houla com a visita do enviado da Liga Árabe e da ONU, Kofi Annan, para verificar a marcha de seu plano de seis pontos sobre uma solução política para a crise.

Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdesi, chamou a atenção sobre a "suspeita sincronização dos ataques contra a população civil com a chegada de Annan".

É um golpe contra o processo político, sustentou, depois de sublinhar que "a metodologia de assassinatos brutais não faz parte das éticas do exército sírio e quem está matando não é o exército sírio regular, mas grupos terroristas armados".

Makdesi questionou "a ligeireza com que se acusa as forças do governo" pelo massacre perpetrado na sexta-feira em Houla, no centro do país. Esclareceu que o sucedido não favorece os interesses do Estado sírio. "Não podemos negociar com o sangue de nossos filhos, da mesma forma que não pode ser justificado o uso de armas contra o prestígio do Estado por mais desculpas políticas que tenham", disse.

O porta-voz do governo sírio destacou que desde que seu país acolheu o plano da ONU aumentaram as ações dos grupos terroristas, porque, indicou, não desejam que este programa tenha sucesso.

As violações documentadas contra a iniciativa de Annan são mais de 3.500, assegurou.

Não deixaremos que os grupos terroristas se beneficiem desta situação de crise por mais que se estendam os confrontos, advertiu em aparente referência às reivindicações da população para que o governo responda com mão de ferro aos ataques dos bandos armados.

A declaração das autoridades sírias coincide com apressadas condenações de vários porta-vozes de países ocidentais, encabeçados pelos Estados Unidos, e algumas monarquias árabes que assinalam a suposta responsabilidade de Damasco com o massacre de civis em Houla.

Com informações do UOL e Prensa Latina