Kofi Annan chega à Síria para avaliar plano de paz

O emissário especial da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, já está em Damasco, capital do país. Annan tinha encontro marcado ainda nesta segunda (28) com o ministro dos Negócios Estrangeiros sírio, Walid Muallem. Na terça (29), o emissário pretende se reunir com o presidente sírio, Bashar al Assad.

A ideia é negociar uma segunda proposta de cessar-fogo na região. A visita do emissário da comunidade internacional ocorre no momento em que o governo Assad foi condenado pelo Conselho de Segurança da ONU sob acusação de responsabilidade no massacre em Houla, no centro da Síria.

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É a segunda visita de Annan à Síria, em três meses. Em abril, ele negociou um cessar-fogo com Assad. De acordo com analistas, a escalada de violência no país ocorre sempre que se propõe este tipo de aproximação com a missão mediadora da ONU ou o Conselho de Segurança analiza ou deve discutir o tema.

A iniciativa, que entrou me vigor em 12 de abril, é torpedeada por países que a apoiaram, mas, ao mesmo tempo, declaram publicamente seu respaldo financeiro e de armamentos aos grupos que criam um ambiente de violência e incerteza no país. Este panorama, para alguns, é fabricado e ampliado pela campanha midiática existente contra o povo sírio.

Durante uma coletiva de imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdesi, chamou a atenção sobre a "suspeita sincronização dos ataques em Houla contra a população civil com a chegada de Annan".

É um golpe contra o processo político, sustentou, depois de sublinhar que "a metodologia de assassinatos brutais não faz parte das éticas do exército sírio e quem está matando não é o exército sírio regular, mas grupos terroristas armados".

As declarações de autoridades sírias coincidiram com a condenação apressada de vários porta-vozes de países ocidentais, encabeçados pelos Estados Unidos, e algumas monarquias árabes, que assinalam a suposta responsabilidade de Damasco no massacre.

Após a reunião especial da ONU, o embaixador alternativo da Rússia para a ONU, Alexander Pankin, disse que após o relatório fornecido pela general Robert Mood, chefe da missão de verificação na Síria, ainda não está claro o que realmente aconteceu naquela cidade da Síria e que as autoridades investigam.

Sobre o ocorrido, o representante sírio na ONU, Bashar Jaafari, negou as versões oferecidas à imprensa pelos embaixadores britânico e alemão, que afirmaram que o Conselho de Segurança condenou o governo sírio pelo massacre.

Ele denunciou que não se tratou de um incidente envolvendo a oposição, mas "uma operação militar ampla, completa e planejada", que logo se espalhou para outro povoado a cerca de um quilômetro de distância.

Neste cenário ocorre a visita de Annan, de cujos resultados dependem a decisão de manter ou enterrar sua iniciativa – ao que parece, o desejo das nações ocidentais e monarquias árabes.

Com Agência Brasil e Prensa Latina