Chanceler russo exige investigação de mortes na Síria
O ministro russo do Exterior, Serguei Lavrov, exigiu nesta segunda-feira (28) uma exaustiva investigação das mortes registradas no vilarejo sírio de Houla, depois de reunir-se em Moscou com seu homólogo britânico, William Hague.
Publicado 28/05/2012 16:39
“Não há dúvidas de que havia mortos com tiros de execução e pessoas que foram torturadas até a morte”, declarou Lavrov, em alusão a versões oferecidas no domingo pela televisão estatal em Damasco.
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“Também não há dúvidas de que o governo sírio empregou tanques e artilharia, segundo informaram os observadores internacionais, que visitaram o lugar da tragédia”, comentou o diplomata.
“Será necessário fazer o máximo para que os principais atores externos na disputa joguem o mesmo jogo, o do cumprimento do plano do enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, e não o da mudança de governo sírio”, destacou Lavrov.
"Devem-se determinar as prioridades: atingir objetivos geopolíticos ou salvar vidas. Isso é tudo", aludindo à várias capitais europeias ocidentais, inclusive Londres, envolvidas no financiamento e armamento dos grupos opositores sírios.
O ministro russo do Exterior considerou que a referida cidade síria estava sob controle de grupos armados e rodeada pelas tropas do governo. Segundo ele a Rússia, o Reino Unido e a Irlanda do Norte desejam apoiar o plano de Annan para garantir um processo político com participação de todas as forças sírias.
“Nos preocupa, profundamente, que a iniciativa do enviado especial para a Síria não se cumpra satisfatoriamente. O ocorrido em Houla confirma que ainda estamos longe dos objetivos desejados”, apontou o chefe da diplomacia russa.
“O importante para Moscou não é quem está no poder em Damasco, mas o fim da violência e da morte de pessoas e a garantia de um diálogo, no marco do qual os sírios possam determinar seu destino, sem ingerência externa”, reiterou o servidor.
No entanto, Wiliam Hague exigiu que o presidente Bashar Al Assad abandone o poder, ainda que tal condição esteja ausente do plano de Annan, considerada pelo ministro britânico como esperança para sair da espiral de violência.
O titular britânico do Exterior reconheceu que “com a Rússia nem sempre chegamos a um consenso no Conselho de Segurança da ONU, mas estamos de acordo que a Síria saia logo do ambiente de violência", indicou.
Fonte: Prensa Latina