Trabalhadores do SIA sofrem com falta de ônibus

 Não é de hoje que a população do Distrito Federal sofre com o descaso em relação ao transporte público. No Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), a situação é ainda mais crítica. Trabalhadores da região reclamam que não há paradas e ônibus que passem por alguns pontos do setor, a exemplo do Trecho 17.

A via mais próxima deste trecho é a via Estrutural. Os passageiros desembarcam nas paradas próximas ao trecho e atravessam a movimentada via. Como não há passarelas, eles se arriscam entre os carros.
Segundo a auxiliar de limpeza Michelle Vasconcelos dos Santos, 30 anos, quem trabalha no Trecho 17 e utiliza transporte público tem que andar bastante para chegar ao trabalho. “Acho uma vergonha. Tem muita gente que trabalha aqui e depende dos ônibus. Eu desço na Cidade do Automóvel e ando por 30 minutos até chegar aqui”, afirma.
O próprio administrador do SIA, Adauto de Almeida Rodrigues, considera a situação do transporte público no setor um descaso, mas põe a culpa da falta de estrutura em governos anteriores.

Solução à vista

“Além do transporte não ser de qualidade, não tem linhas que atendam à demanda no Trecho 17. A cidade cresceu e as empresas continuam as mesmas. Não houve licitação para mudar esse quadro. Com a nova licitação de ônibus que o Governo do Distrito Federal (GDF) está implementando, espera-se solucionar este problema”, argumenta Rodrigues.
Quem também reclama do descaso é o auxiliar de serviços gerais Isamar de Almeida Medeiros, 42 anos. Ele é morador de Taguatinga e trabalha no SIA. O trabalhador conta que é muito perigoso andar entre os carros, mas como não há alternativa, o jeito é se arriscar. “Tenho que atravessar na contramão para não ser atropelado. De Taguatinga para cá não há linhas que entrem no SIA. Pra chegar no trabalho, tenho que passar por essa humilhação”, considera.
Atualmente, o SIA tem 82 mil trabalhadores. Muitos preferem ir de carro, por oferecer maior comodidade e segurança. E a quantidade de carros também gera reclamações por parte das empresas. Isso porque, para os empresários, os clientes ficam sem vagas de estacionamento, pois muitas são ocupadas pelos funcionários. “Hoje em dia, quem mais reclama são os empresários. Além da falta de ônibus prejudicar as contratações, os carros tiram vagas dos clientes”, conta o administrador.Outro problema é a falta de calçadas. No trecho 17, os pedestres andam na terra e no barro. Segundo a administração, o projeto de licitação das calçadas está em andamento.