Congresso da Facesp aglutina luta comunitária em SP
Com uma diretoria renovada que combina juventude e experiência, entidade paulista encerra congresso com boas perspectivas para os desafios dos próximos três anos.
Publicado 07/06/2012 12:21 | Editado 04/03/2020 17:17

Estamos prontos para reconstruir a entidade e retomar com força o trabalho com as associações no Estado de São Paulo”. A fala é de Maria José da Silva, a Lia, eleita, durante o 9º Congresso da Federação das Associações Comunitárias de São Paulo, a quarta mulher a presidir a entidade. O congresso foi realizado no dia 2 de junho e reuniu representantes de 22 municípios incluindo interior do Estado, grande São Paulo e Baixada Santista.
Apesar das dificuldades estruturais enfrentadas pela organização do congresso, Lia comemorou a nova composição da diretoria como um dos resultados positivos da atividade. “A diretoria reúne líderes com experiência e jovens militantes que se destacaram nestes anos e nesse processo”, disse. Para ela, a militância abraçou a causa, o que será fundamental para a aproximação com as associações no Estado.
Uma das metas aprovadas pelo congresso será dobrar o número de associações comunitárias filiadas a Facesp, que atualmente reúne 1200 em São Paulo. Em conjunto com a robutez da entidade está a movimentação política neste ano de eleições. Segundo Lia, a Facesp elaborará em conjunto com a Conan uma carta de compromisso que será assinada pelos candidatos confirmando o compromisso desses com as reivindicações do movimento comunitário.
O secretário de movimentos sociais do PCdoB-SP, Augusto Chagas, reafirmou o desafio da Facesp em ser o agente responsável por levar as demandas do movimento comunitário para o debate das eleições em São Paulo. “É importante conseguir apresentar plataformas e programas de compromissos e depois cobrar que esses compromissos sejam implementados. Percebi no congresso que a disposição é grande por parte da militância“, completou Augusto.
Presidente da Facesp até 2002, Wander Geraldo, que é o atual presidente do PCdoB na Capital paulista, disse que o momento é favorável à rearticulação do movimento. “O congresso provou que as lideranças estão comprometidas, dispostas a participar. Encontrei militantes que atuaram comigo há dez anos e seguramente comprometidos com a luta e com os desafios que se impõem em São Paulo”, definiu.
Mulher na presidência
Lia começou na militância política com 20 anos lutando pelo direto a creche na localidade em que morava. A atuação veio através do ingresso na União Brasileira de Mulheres (UBM) e logo depois Lia se filiou ao Partido Comunista do Brasil. Atua na Facesp há nove anos e as responsabilidades só aumentam. “Quando consegue a creche, vê que falta o posto de saúde, depois a moradia. Quando percebi estava no movimento comunitário”, lembrou Lia.
Ela apontou que uma das principais lutas da Facesp será a regularização das entidades filiadas. “É preciso dar suporte para que elas consigam um espaço físico em que organizem a sua atuação e ganhem autonomia para poderem trabalhar melhor em prol da luta comunitária”, defendeu.
Veruska Franklin, Bernadete Alves e Anna Martins foram outras lideranças femininas que presidiram a Facesp. Antonio Pedro, o Tonhão, secretário de movimentos sociais do PCdoB da Capital lembrou ainda o nome de Zorilda. “Ela foi uma liderança de grande contribuição dentro da entidade. Foi diretora mas sempre que penso na luta dela eu a veja como uma liderança que poderia ter sido presidente”, lembrou Tonhão.
De São Paulo, Railídia Carvalho