Após acidente, operários cruzam os braços em protesto

Operários se recusam a trabalhar no Estádio Nacional após morte de colega

Após o acidente que resultou na morte do operário José Afonço de Oliveira, de 21 anos de idade, no canteiro de obras do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha na segunda-feira, os três mil funcionários que trabalham na construção da arena resolveram cruzar os braços em protesto no início da manhã de ontem para lamentar a morte do colega e reivindicar melhores condições de trabalho.

O Consórcio Brasília 2014, responsável pela obra, disse que os operários foram liberados do serviço ontem para que a perícia que vai determinar as causas do acidente pudesse ser concluída. Segundo o consórcio, os policiais que investigam o acidente tiveram dificuldade para terminar a perícia na segunda-feira após o anoitecer. O consórcio garante que as atividades no canteiro de obras serão retomadas hoje.

O ajudante José Afonço de Oliveira Rodrigues morreu após cair de uma altura de 27 metros. Uma equipe do Corpo de Bombeiros foi acionada e ainda tentou por 40 minutos, sem sucesso, reanimar o operário no local do acidente. Em nota, o Consórcio Brasília 2014 informou que o operário trabalhava no anel de compressão, na estrutura superior do estádio, e usava os equipamentos de segurança exigidos no momento do acidente.

O Governo do Distrito Federal lamentou, por meio de nota, a morte do operário e afirmou que "é uma fatalidade o acidente acontecer em uma obra que ganhou recentemente o certificado SA 8000 por conta da responsabilidade social com seus operários".

Hoje, fiscais do Tribunal de Contas do DF farão uma visita de inspeção no estádio para acompanhar as obras. O tribunal vai analisar os custos de materiais e serviços e checar as anotações do engenheiro responsável e do fiscal da obra. Além disso, vai avaliar o controle e a fiscalização feitos pela Novacap na obra.