Licitação do transporte em natal. O que eu tenho haver com isso?

Esta Semana o Executivo mandará a Câmara Municipal o tão falado projeto de licitação do transporte público de Natal, depois de longos nove anos entre liminares na justiça e de todas as formas impedida pelos donos das sete empresas que detém a concessão das linhas em vários bairros.

Afinal de contas, o que o povo Natalense tem a ver com essa história? Eis o que vamos discutir agora.

Como todos sabem o sistema de transporte em Natal tem 110 linhas espalhadas por trinta e cinco bairros, atendendo um publico de 700 mil pessoas por dia, mas segundo o projeto da SEMOB, esse número cairia para apenas 48 linhas e seu itinerário seria digamos “mais abrangente”.

Além disso, os mais de 800 Ônibus em circulação seriam diminuídos, pasmem, para 772 Ônibus, uma falta de lógica enquanto a demanda é comprovadamente maior. Mas será que com essa quantidade, resolveria enfim o problema de lotação nos horários de pico do nosso já caótico sistema de transporte, (Leia – se 16 ás 22 horas).

Muitas vezes a maioria das linhas para de circular ás 23 horas. Esse modelo operacional arcaico do nosso sistema é ainda da década de 1980, quando Natal possuía Quatrocentos mil habitantes. Outra coisa que nos intriga, é a diminuição da quantidade de alternativos, além de não mais trafegarem nos bairros de Cidade Alta, Tirol e Petrópolis. No Processo Licitatório, só poderiam operar nas zonas norte e oeste, como linhas circulares. Em outras palavras, estão aí dois erros graves, em que nada ajudaria o usuário.

Os Empresários por sua vez, querem melar o processo licitatório, impondo seus interesses acima da vontade do povo de Natal. É Importante a participação dos movimentos sociais em combater os tubarões do transporte. Já demos provas disso com as lutas do movimento estudantil dos últimos anos em denunciar os vários ataques dos empresários aos direitos do estudante.

Quem não se lembra da famosa lei Pio Marinheiro, que limitava o número de passes de 120 passes para 44, ou das grandes passeatas contra os aumentos de passagem em nossa cidade, com a garra e irreverência nunca vistas. Por Isso o movimento estudantil não deve ficar de fora, vamos à luta por um sistema de transporte que seja coletivo de fato.
 

*Felipe Feliciano é estudante de radialismo da UFRN, militante da UJS e PCdoB.