PCdoB participa do 2 de Julho, data da verdadeira libertação

O 2 de Julho, que resgata o feito histórico de 1823, não significa apenas a Independência da Bahia. Representa, de fato, a libertação de Portugal. Afinal, mesmo depois do grito de independência, em 1822, a ocupação portuguesa predominava no país. Em Salvador, a data é marcada por comemorações e protestos pelas ruas do Centro Histórico. O PCdoB, como todos os anos, marca presença no cortejo.

População e militantes do partido se concentram às 8h, na praça da Soledade, em Salvador. A expectativa para este ano é grande. “O nosso bloco vai sair imediatamente atrás do cortejo oficial. Vamos repetir a forte militância do PCdoB, especialmente quando se trata de ano eleitoral, que, por si só, já mobiliza os filiados dos partidos para o evento”, afirma o presidente do comitê municipal, Geraldo Galindo.

Até hoje, o 2 de Julho carrega um caráter popular e abre espaço para a sociedade discutir os problemas da cidade e do Estado. O desfile marca a retirada das últimas tropas portuguesas, lideradas por Madeira de Melo, do território brasileiro e a consolidação da independência do Brasil.

A data é muito importante para a nação, mas é negligenciada pela história oficial. “Se os portugueses tivessem vencido as batalhas em Salvador, a cidade viraria um polo de resistência lusitana e a independência nacional seria adiada. Por isso, o evento deveria se conhecido como independência do Brasil na Bahia e não como independência da Bahia”, explica o mestre em história social pela UFBA e assessor de história da Fundação Pedro Calmon, Carlos Francisco da Silva.

A deputada federal, Alice Portugal (PCdoB), é autora do projeto de lei que inclui o 2 de julho no calendário das datas históricas nacionais e a inserção nos livros didáticos. O PL foi aprovado pela Câmara Federal em 2010, apreciado pela Comissão da Educação, do Senado, e agora aguarda votação da Casa, que pode ocorrer a qualquer momento. Segundo a parlamentar, o fato de a data não está no calendário de efemérides nacionais é um desconhecimento da verdadeira história do país. “Por isso, vou continuar lutando pela votação e aprovação do projeto”, conclui.

De Salvador,
Rose Lima