PCdoB marca presença nos 189 anos da independência da Bahia

Nada foi mais predominante na festa do 2 de Julho, na manhã desta segunda-feira (2/7), em Salvador, do que as cores da bandeira do estado da Bahia: azul, branco e vermelho. Esta última reforçada pela presença do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) nas comemorações que marcam os 189 anos da independência da Bahia.

Presente todos os anos no cortejo, o PCdoB tem uma longa tradição de participação nos movimentos populares da capital baiana e o 2 de Julho, uma das datas mais importantes do estado, não poderia ser diferente.

O presidente do Comitê Municipal, Geraldo Galindo, destaca a passagem do partido pelo Centro Histórico de Salvador. “Estamos aqui, mais uma vez de forma organizada, com a presença da militância, lideranças políticas e deputados. Prestamos também solidariedade ao governador Jaques Wagner, que consideramos um democrata”, disse.

As comemorações começaram logo cedo, às 6h, com a alvorada e queima de fogos, no Largo da Lapinha. Logo depois, as autoridades depositaram flores no monumento do General Labatut, líder das tropas baianas, e hastearam as bandeiras do Brasil, da Bahia e de Salvador. O tradicional cortejo saiu em seguida, com a apresentação de fanfarras, movimentos sociais e o desfile dos Carros Emblemáticos, que carregam os ícones da independência, o Caboclo e a Cabocla.

“O 2 de Julho tem um significado muito caro para todos nós pelas vidas que se perderam na luta pela libertação de Portugal. São essas perdas que dão sentido à história e à celebração de hoje”, ressalta a vereadora de Salvador, Olívia Santana. Para ela, a data se faz importante, também, por ser um espaço democrático, onde a população e as famílias tomam as ruas da cidade para apresentar as demandas.

Comunistas reforçam a participação no desfile

As lideranças políticas do PCdoB acompanharam o cortejo pelas ruas do Centro Histórico desde o início e reforçaram a importância da participação nas comemorações. Com o tema “Um novo rumo para Salvador”, o partido carregou bandeiras e faixas que reivindicavam avanços para a população, como moradia digna e justiça social, por exemplo.

O deputado federal e presidente do Comitê Estadual, Daniel Almeida, defende a ida dos comunistas ao desfile porque mistura o civismo e a alegria popular. “O PCdoB sempre participou assim, com militância e festa. Em ano eleitoral, também é uma oportunidade de chamar atenção para o significado do processo e para o desafio de continuar fazendo mudanças em favor do povo”, ressalta.

A mesma opinião tem a deputada federal Alice Portugal, autora do projeto de lei que inclui o 2 de Julho no calendário das datas históricas nacionais. “A independência da Bahia é a data maior do povo baiano e o PCdoB como partido ligado às causas sociais não podia deixar de participar. Mesmo em momentos de falta de liberdade no Brasil, nós comemoramos e fazemos a tradição”, explica.

De acordo com o deputado estadual, Álvaro Gomes, a luta dos baianos para a autonomia do Brasil simboliza a busca por uma sociedade com justiça social e paz. “O 2 de Julho é o sonho da construção de uma nação mais igualitária. E foi justamente com a vitória dos herois da Bahia, em 1823, que aconteceu a verdadeira independência do país”, reafirma.

História

O 2 de Julho é a data magna da Bahia e representa a celebração às tropas do Exército e da Marinha que enfrentaram os portugueses e, depois de muita luta, saíram vitoriosos, conseguindo assim, separar o Brasil definitivamente do domínio da Metrópole. Além do General Labatut, os principais personagens das batalhas são Maria Quitéria, Joana Angélica, Maria Felipa e João das Botas.

À tarde, o cortejo segue da Praça Municipal até o Campo Grande, onde está instalado o monumento em homenagem aos herois da Independência. A festa encerra com o XXI Encontro de Filarmônicas, regido pelo maestro Fred Dantas, na Praça do Campo Grande.

De Salvador,
Erikson Walla e Rose Lima