FSP: Anti-imperialismo, solidariedade a Chávez e socialismo
As bandeiras, palavras de ordem e exigências da esquerda latino-americana foram apresentadas nesta quinta-feira no ato político do 18º encontro do Fórum de São Paulo, que se realiza em Caracas. Delegações do continente e do mundo se reuniram no salão Bicentenário do Hotel Alba para ratificar a postura anti-imperialista e emancipadora que se consolidou na região nas últimas duas décadas.
Publicado 06/07/2012 05:22
"Hoje estamos superando a longa noite do neoliberalismo", declarou o secretário-executivo do Fórum de São Paulo, o brasileiro Valter Pomar, durante o ato de abertura do encontro internacional.
O declínio da hegemonia dos Estados Unidos no mundo, a crise do modelo econômico neoliberal, o renascimento do socialismo e a chegada ao poder de partidos progressistas e socialistas foram descritos por Pomar como os pontos-chave da mudança de paradigma que a América Latina protagonizou desde que, em 1990, se realizou o primeiro encontro da esquerda em São Paulo, Brasil.
Pomar criticou o persistente ataque dos meios de comunicação da direita contra a revolução venezuelana e perguntou: "Tinham alguma dúvida de que a esquerda latino-americana apoia Hugo Rafael Chávez Frías? Estamos seguros de que este fórum também dá todo o nosso apoio ao povo da Venezuela e a sua batalha eleitoral deste ano".
Pomar deixou claro que é necessário dar continuidade ao processo como o que se desenvolve na Venezuela há 13 anos, uma revolução de povos que enfrente o modelo capitalista e que apresente como alternativa o socialismo.
Igualmente, o secretário executivo do Fórum de São Paulo insistiu em que o objetivo principal da articulação das forças de esquerda latino-americanas e caribenhas continua sendo manter a união entre os povos em sua luta pela paz, assim como reafirmar a batalha pelo aprofundamento da democracia no continente, manter e continuar as reuniões do Fórum de São Paulo como um instrumento de união da esquerda do mundo contra o capitalismo.
"É preciso manter a luta pela paz. O capitalismo é uma ameaça à paz mundial. O que houve na Líbia, o que querem para a Síria e o que pretendem no Irã são ameaças à sobrevivência da humanidade. A luta pela paz é fundamental nos programas da esquerda da América Latina e Caribe", enfatizou Pomar.
Em sua opinião, em concordância com as expressões dos quase 600 delegados presentes no Fórum, a democracia continua sendo ameaçada pela direita, portanto "é necessário aperfeiçoar e ampliar o diálogo com todos os povos do mundo".
Pomar orientou que o Fórum de São Paulo expresse sua solidariedade com os povos da Palestina, Haiti e Cuba, sobretudo em sua luta contra o bloqueio norte-americano e pela liberdade dos cinco heróis cubanos.
A fundadora do Partido da Revolução Democrática (PRD), Dolores Padierna, do México, celebrou o programa político apresentado pelo presidente Chávez para as eleições presidenciais de 7 de outubro deste ano.
A dirigente mexicana descreveu o plano como "um olhar lúcido ao presente e ao futuro com uma estratégia baseada na consolidação da independência, na continuação da construção do socialismo e no propósito de fazer da Venezuela uma potência econômica, política e social dentro da América Latina e Caribe".
O Salão Bicentenário recebeu dirigentes e personalidades de distintas vertentes, desde o passo sereno da guatemalteca Rigoberta Menchú, até o sorriso amável da colombiana Piedad Córdoba.
Sixto Pereira, um dos poucos senadores que enfrentaram o golpe parlamentar da direita paraguaia, levantava o punho em defesa da restituição da democracia em seu país.
Também estava presente o ex-candidato presidencial francês, que horas antes tinha descrito o chavismo como "uma experiência positiva do retorno das massas na ação e na cena política".
Também em nome da França, o secretário nacional do Partido Comunista Francês, Pierre Laurent, disse aos presentes: "Se vocês mudam a América Latina e nós a Europa, juntos mudaremos o mundo".
Enquanto soavam canções latino-americanas, a bandeira portorriquenha era levantada junto com um grande cartaz em que se lia: "Óscar Pérez. 31 anos preso. Delito: Lutar pela independência de Porto Rico".
Outro estandarte dizia: "As Malvinas são argentinas". O apoio à batalha do governo de Cristina Kirchner para recuperar a soberania de seu território, ocupado pelo Reino Unido, foi catalogado como uma luta continental inadiável.
Pela Bolívia e assumindo a palavra em nome da esquerda da América Latina, Gabriela Montaño, militante do Movimento ao Socialismo (MAS) e presidenta do Senado do Estado Plurinacional, afirmou: "Não somente não temos medo, como temos um caminho traçado".
O Fórum de São Paulo conta com a presença de uma numerosa delegação do Partido Comunista do Brasil, liderada pelo secretário de Relações Internacionais, Ricardo Abreu.
Com Agência Venezuelana de Notícias