Em Israel Romney mostra belicismo, ataca Irã e afronta palestinos

O candidato republicano à Presidência dos EUA, o direitista Mitt Romney, revelou neste domingo (29) o caráter belicista de suas propostas. Segundo seu assessor de política externa, Dan Senor, ele respeitaria uma eventual decisão do Estado sionista de atacar as instalações nucleares do Irã. As declarações foram feitas durante visita do candidato republicano a Israel, onde Romney se encontrou com os principais líderes do país.

"Se Israel tiver de tomar medidas por conta própria a fim de impedir o Irã de desenvolver essa capacidade [militar nuclear], o governador iria respeitar a decisão", disse o assessor.

Os países imperialistas ocidentais, principalmente os Estados Unidos, acusam o Irã de desenvolver um programa nuclear com fins militares, coisa que o governo islâmico nega peremptoriamente, afirmando que seu programa nuclear tem objetivos civis.

Os sionistas israelenses difundem mentiras para criar um clima artificialmente favorável ao ataque. O governo de Israel diz temer que, em breve, o Irã terá movido suas instalações nucleares para locais subterrâneos impossíveis de atacar.

A visita de Romney a Israel faz parte da disputa com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, candidato à reeleição, pelo voto do eleitorado judeu norte-americano. Um dos argumentos surrados que o candidato republicano levanta em sua campanha é que Obama não tem sido duro o suficiente com o Irã.

Em discurso na noite do domingo, Romney disse apoiar o "direito de Israel de se defender".
"Precisamos liderar o esforço para evitar que o Irã construa e possua armas nucleares. Precisamos empregar todo e qualquer recurso para dissuadir o Irã de seu curso nuclear e é nossa esperança que as ações diplomáticas e econômicas o farão."

Romney fez uma grosseira provocação ao povo palestino, agredido e ameaçado de genocídio pelo Estado sionista israelense. Ele iniciou seu discurso chamando Jerusalém de capital de Israel.

É uma afronta ao povo palestino que reivindica Jerusalém Leste como capital do seu Estado nacional e ao consenso internacional tácito, pois nenhum país reconhece Jerusalém como capital israelense. Todas as embaixadas de países que mantêm relações diplomáticas com o Estado sionista estão instaladas em Tel Aviv.

Romney ultrapassou todos os limites, declarando em entrevista à rede de TV norte-americana CNN que está disposto inclusive a mudar a embaixada dos EUA para Jerusalém, caso Israel peça.

As declarações belicistas da candidatura republicana e a manifestação de seu incondicional apoio ao Estado de Israel coincidem com a divulgação pelo jornal israelense Haaretz de que o governo dos EUA apresentou ao premiê de Israel, Benyamin Netanyahu, seus planos para um eventual ataque às instalações nucleares do Irã.

O conselheiro de segurança nacional Tom Donilon teria apresentado os planos a Netanyahu durante uma visita ao país há duas semanas.

Segundo o Haaretz, a ideia era mostrar a Israel que os Estados Unidos estão preparados para agir militarmente caso as sanções contra o Irã fracassem.

Donilon teria dito que as armas norte-americanas poderiam atingir até mesmo instalações nucleares subterrâneas. O tom do encontro, contudo, foi de que ainda não é o momento de um ataque contra o Irã, já que os EUA querem esperar as sanções diplomáticas e econômicas surtirem efeito.

Com agências internacionais