Romney afronta palestinos e arrecada dinheiro em Israel
A Autoridade Nacional Palestina (ANP) considerou nesta terça-feira (31) "absolutamente inaceitável” a referência do candidato republicano estadunidense Mitt Romney a Jerusalém como capital de Israel, enquanto protestou pela a morte de um civil palestino por militares sionistas.
Publicado 31/07/2012 08:06
Depois de uma reação na segunda-feira (30), o chefe negociador palestino, Saeb Erakat, o primeiro-ministro da ANP, Salam Fayyad, se somou às críticas às declarações do pretendente à presidência dos Estados Unidos, feitas no domingo( 29) na cidade santa.
Fontes do Executivo em Ramalah assinalaram que a postura de Romney prejudica os esforços para relançar o processo de negociações de paz entre palestinos e israelenses, estancado desde setembro de 2010 pela intransigência de Tel Aviv, com o respaldo de Washington a seu aliado.
Romnney falou no domingo diante de israelenses de tendência radical e, além de referir-se a Jerusalém como capital de Israel, anunciou que se ganhar a presidência norte-americana transferiria a embaixada de seu país de Tel Aviv para a cidade que é considerada santa por cristãos, muçulmanos e judeus.
Erakat também considerou "inaceitáveis" os comentários do estadunidense, quando – disse – "tais pronunciamentos e políticas empurrarão a região para os extremistas".
O destino de Jerusalém é chave no diálogo palestino-israelense, e o primeiro- ministro direitista Binjamin Netanyahu descartou ceder a parte oriental da cidade ocupada em 1967 para que os palestinos estabeleçam ali a capital de seu futuro Estado independente.
O candidato direitista à presidência dos Estados Unidos também fez chicana dos palestinos e exaltou seus sócios, os sionistas israelenses: “Quando você vê o PIB per capita anual, que em Israel chega a US$ 21 mil, e compara ao PIB per capita nas áreas administradas pela Autoridade Palestina, que está mais para US$ 10 mil, percebe a diferença drástica na vitalidade econômica”, declarou Romney ao final de sua passagem por Jerusalém, antes de embarcar para a Polônia. O dirigente palestino Saeb Erekat reagiu à altura: “É um comentário racista”. “Ele não vê que o povo palestino não consegue atingir seu potencial por causa da ocupação israelense”, completou.
Romney recebeu maciço apoio dos sionistas israelenses, inclusive financeiro. Somente no evento que sua campanha organizou em Jerusalém, arrecadou US$ 1 milhão
Por outro lado, o primeiro-ministro palestino Fayyad responsabilizou o governo de Israel pela morte de um homem e os ferimentos sofridos por outros dois passageiros de um veículo abatido na segunda feira por tiros de soldados sionistas em um posto de controle perto de Jerusalém.
O chefe do governo palestino assinalou que "a raíz do problema está na ocupação israelense dos territórios palestinos e nesses postos de controle em nossa terra, o que causa a matança de muitas pessoas tanto por soldados israelenses como por colonos judeus".
Fontes policiais em Tel Aviv justificaram a agressão alegando que o veículo com os palestinos a bordo ignorou uma ordem de alto de uma patrulha fronteiriça na madrugada de segunda-feira.
Prensa Latina e agências internacionais