Após assembleia conturbada, professores mantêm greve
Em assembleia realizada na manhã da última segunda-feira (30/07), os professores das Universidades Federais (UFC e Unilab) decidiram manter a greve deflagrada no dia 12 de junho. Com a diferença de 12 votos (174 contra o plebiscito e 162 a favor), os professores decidiram pela não realização da consulta que avaliaria a nova proposta do governo. Representantes da Adufc saíram da reunião e não participaram das deliberações. Em carta aberta, lamentaram a postura da categoria.
Publicado 31/07/2012 11:40 | Editado 04/03/2020 16:29
Os ânimos dos 300 professores que participaram da assembleia ficaram exaltados após a decisão de já definir na assembleia que os professores da UFC eram contrários à proposta do Governo. Para os docentes, a assembleia é soberana, não há necessidade de plebiscito. A Adufc defendia a consulta plebiscitária. “É a proposta mais democrática”, destacou Marcelino Pequeno, presidente da entidade.
Na última proposta do Ministério da Educação (MEC), apresentada no dia 24 de julho, o governo oferece reajuste salarial de 25% a partir de março de 2013. Os grevistas mantêm a reivindicação de 40%.
As diretorias do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais do Estado do Ceará (Adufc) e do Sindicato de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes), que compuseram a mesa, se posicionaram a favor do plebiscito que, se tivesse sido aprovado, deveria ocorrer nesta terça e quarta-feira.
Das 58 universidades federais que adeririam à greve, 34 já recusaram a proposta do governo. Os professores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e melhores condições de trabalho.
Jesualdo Pereira Farias, Reitor da UFC, informa que a universidade tenta manter os serviços essenciais, principalmente os hospitais. "O que tem sido prejudicado mesmo, até agora, é a aula que não tinha sido concluída, não tinha sido dada ainda”. Mesmo com a decisão da assembleia, ele acredita que a greve está perto do fim. "A proposta do governo é uma sinalização muito forte de que ele quer contribuir com a educação superior", diz.
Após a rejeição da proposta por parte dos professores, a diretoria da Adufc vai levar a decisão da assembleia realizada na UFC para reunião nesta quarta-feira (01/08), às 21h, em Brasília. O encontro será entre representantes do Governo e dos sindicatos dos professores.
Reivindicações
Proifes: Além de reajuste salarial e organização da estrutura salarial, pede a equiparação dos salários dos docentes e dos pesquisadores do Ministério da Ciência.
Andes: Carreira única com incorporação das gratificações em 13 níveis remuneratórios.
Governo: Aumento salarial, entre os níveis, sem um padrão de percentual ao passar de um nível para o outro. O reajuste seria feito em três períodos: 2013, 2014 e 2015. A equiparação com a carreira de Ciência e Tecnologia seria somente para o teto da carreira.
De Fortaleza,
Carolina Campos (com informações de sites locais)