Araci-BA: Trabalhadores resgatados recebem benefícios

Em ação realizada na quinta-feira (02/08), no município da Araci, técnicos da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) e da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo da Bahia (Coetrae-BA) liberaram os recibos de pagamento do FGTS e do Seguro-Desemprego de cerca 70 trabalhadores, que foram resgatados, em junho, de um canteiro de obras em Belo Horizonte por exercerem trabalho em condições degradantes

A ação aconteceu no Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar, em Araci, cidade distante 210 quilômetros de Salvador. O atendimento aos trabalhadores foi realizado em parceria com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Belo Horizonte (MG).

A denúncia do crime contra a dignidade humana foi encaminhada à Coetrae-Bahia pelo Programa de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PETP/MG). Desde então, o governo do CAVzsyuuuuEstado, em uma ação da Agenda Bahia do Trabalho Decente, realiza esforços no sentido de minorar o problema.

Para a técnica da Setre, Jane Burgos, o encontro foi positivo em todos os sentidos. “Na quarta-feira, conseguimos aplicar 30 questionários com alguns dos trabalhadores em suas residências no meio rural, conhecendo um pouco mais as suas demandas. O contato mais de perto possibilitou termos hoje uma presença expressiva de trabalhadores que foram humilhados na sua dignidade humana, quando buscavam melhores condições de vida para suas famílias”, observou.

O próximo passo da ação da Agenda Bahia do Trabalho Decente é de preparar uma audiência pública com a temática de enfrentamento ao trabalho escravo, no próprio município, e construir um protocolo de atendimento às vítimas do trabalho escravo de um modo geral.

Jovens

A maioria dos trabalhadores resgatados em Minas Gerais era formada por jovens, com idades entre 18 e 29 anos. Entre eles, José Agnaldo Santos Carvalho, 19 anos, servente. “Fui enganado e humilhado fora do meu estado. Estou arrependido de ter deixado a minha terra e ter colocado a minha vida em risco, pois morei em condições sub-humanas e muito perto de uma boca de tráfico de drogas”, disse.

Edielson Pereira Tito, também de 19 anos, é mais uma vítima resgatada. “Trabalhamos muito e não fomos respeitados em nossos direitos. Contudo, estamos agora felizes em saber que tem gente que se preocupa com os nossos direitos e lutam por eles”.

Previdência

Convidado para o encontro, o gerente regional do INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) de Serrinha, João Moraes, falou sobre direitos previdenciários ao grupo e alertou para os caminhos dos benefícios aos quais os trabalhadores têm direitos.

A professora da UFBA (Universidade Federal da Bahia), Gilca Oliveira, disse que a Universidade realiza um diagnóstico completo da situação e faz um mapeamento sobre o trabalho escravo na Bahia, em nível de pesquisa e extensão.

Ao seu lado, Iraciara Cerqueira, representante da Secretaria de Justiça Cidadania e Direitos Humanos, lembra que o trabalho da Coetrae-BA, neste evento, foi o fazer com que os trabalhadores resgatados voltassem a ter a sua dignidade restaurada. As secretarias municipais de Araci (Ação Social e Agricultura) também têm atuado para a inclusão social dos trabalhadores resgatados.

Fonte: Setre