Irã rachaça intervenção militar na Síria e propõe diálogo
O Irã destacou nesta quinta-feira (9) a prioridade de medidas políticas e uma estratégia para restaurar a paz na Síria, reiterando também o repúdio a qualquer intervenção militar ou pretensão de solucionar a crise pela via armada.
Publicado 09/08/2012 17:37
Ao falar em uma conferência sobre a situação no país árabe, o ministro iraniano de Relações Exteriores, Alí Akbar Salehi, instou seus colegas e outras personalidades a apoiar um processo de diálogo nacional entre governo e oposição.
"O diálogo é a única maneira para sair da crise atual na Síria", enfatizou o chanceler persa diante de representantes de 30 países, que responderam a convite da República Islâmica para participar de uma reunião com o tema "Denunciar a violência e o diálogo nacional".
"O Irã é contra a matança de pessoas desarmadas e cidadãos por qualquer uma das partes", destacou Salehi, para em seguida indicar que "desde o início da crise na Síria, Teerã sublinhou a prioridade para a adoção de medidas pacíficas e políticas".
Salehi agregou também que o governo iraniano acredida que as demandas do povo "devem ser atendidas e cumpridas no curso dos acontecimentos que estão ocorrendo" e defendeu a implementação das reformas adotadas pelo governo do presidente Bashar al-Assad.
O chefe do ministério de Relações Exteriores do Irã afirmou que todos os países que de algum modo jogam um papel na crise "devem aceitar o fato de que as características políticas, demográficas e geopolíticas da Síria são tais que fazem com que o diálogo político seja a única solução possível.
Durante a conferência que foi realizada nesta quinta em Teerã, Salehi advertiu as nações ocidentais e árabes sobre as consequências da instigação da crise, armando os bandos terroristas e preparando o terreno para a operação de grupos extremistas como a Al-Qaida.
Essas práticas, advertiu Salehi sem mencionar diretamente nenhum governo, propagarão as tensão a outros Estados e farão mais difícil ainda o manejo do conflito, que precisa deter a violência e evitar mais perdas de vidas humanas.
Salehi comentou que as sanções econômicas dos Estados Unidos, Europa e da ONU "não só são inúteis para a Síria, mas que, além disso, trazem sofrimento maior ainda ao seu povo", por isso o Irã mandou ajuda humanitária, como ambulâncias, equipamentos médicos e medicamentos.
Após apoiar as medidas do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, para reverter a violência, Salehi lembrou que Teerã sempre foi uma "parte da solução nas crises na região", citando como exemplo seu "papel positivo e influente" no Afeganistão, Iraque e no Líbano.
Ministros de Relações Exteriores de quatro países, vice-chanceleres de outros sete e embaixadores e outros diplomatas de 15 nações da Ásia, África, Oriente Médio e América Latina estiveram presentes à reunião.
Os países árabes do Golfo Pérsico, liderados por Arábia Saudita e Catar, que são partidários da entrega de armas aos bandos rebeldes na Síria, se recusaram a participar da reunião.
Fonte: Prensa Latina