Greve de entregadores deixa Brasília sem bebidas

Há três dias, cervejas e refrigerantes produzidos pela Ambev (Companhia de Bebidas das Américas) não são entregues nos mais de 10 mil estabelecimentos do ramo espalhados pelo Distrito Federal.

O problema é resultado de uma greve geral dos entregadores de carga. Os 250 trabalhadores responsáveis por abastecer o mercado exigem da Horizonte — empresa terceirizada pela Ambev — o cumprimento de uma série de reivindicações e garantem que só retomam as atividades depois de terem seus pleitos atendidos.

Muitos empresários começam a sentir os efeitos da escassez, pois a paralisação já afeta diretamente os comércios da cidade. Em alguns estabelecimentos, a venda de cerveja corresponde a quase 80% da receita gerada.

É o caso do Allberg, bar tradicional do Cruzeiro Novo, onde o estoque está lotado de caixas vazias. Para não deixar os clientes na mão, o dono, Rosemberg Leite de Abreu, teve que pedir socorro a uma pequena distribuidora no Gama. Mesmo assim, a quantidade adquirida deve acabar no domingo. Um dia sem o principal produto da casa gera um prejuízo de até R$ 4 mil, estima o empresário. “Estamos fazendo contorcionismo para não deixar faltar cerveja, mas está cada dia mais difícil. Nas pequenas distribuidoras, pagamos até 30% a mais do que na Ambev, sem contar o gasto com frete”, reclama Rosemberg.