MPLA reafirma liderança com triunfo eleitoral em Angola

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido do presidente José Eduardo Santos, há 33 anos no poder, venceu as eleições gerais no país, segundo dados preliminares divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral. O MPLA obteve 72,24% dos 90,81% dos votos apurados. No total, 8,2 milhões de eleitores foram às urnas na sexta-feira (31). Eles escolheram 220 deputados.

A segunda organização partidária melhor colocada na disputa, a opositora União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), conseguiu apenas 18,47% dos votos.

"Sinto-me muito feliz por ter sido escolhido pelo povo angolano, que uma vez mais depositou sua confiança no MPLA e em sua liderança para governar Angola nos próximos cinco anos", afirmou .José Eduardo dos Santos

Desde a independência de Angola em 1975, o MPLA está no poder. Desde 2010, as eleições para presidente são indiretas. Os deputados é que escolhem o presidente. A Unita obteve o segundo lugar em número de cadeiras no Parlamento. Mais de 60 partidos políticos lançaram candidatos.

De acordo com a Constituição aprovada há dois anos, Santos foi automaticamente reeleito presidente da República por ser o número 1 da lista do partido.O vice-presidente eleito é Manuel Vicente, ex-presidente da petrolífera estatal Sonangol, que era o número 2 da lista do MPLA.

Em referência aos resultados provisórios das eleições gerais, publicados pela Comissão Nacional Eleitoral, que dão larga maioria ao MPLA, o líder também prometeu "tudo fazer e usar todas as forças que estiverem ao seu alcance" para garantir a aplicação do programa eleitoral do seu partido e a execução de todas as políticas públicas, em prol da melhoria da qualidade de vida de todos os angolanos.

A vitória do MPLA nas eleições ocorreu devido ao compromisso com a verdade e uma comprovada liderança dessa organização, fundada em 10 de dezembro de 1956 por um grupo de patriotas que se organizaram para combater o colonialismo português, apontaram analistas.

Também influiu, sobretudo, as conquistas nestes anos de mandato nos campos econômico, político e social; a organização, diferente de outros partidos, elaborou um sólido programa de governo 2012-2017.

Entre os objetivos programáticos do partido, está dar continuidade ao plano de reconstrução nacional. O mesmo inclui, não só melhorar na nova etapa as condições de vida da população, senão também "crescer mais, para distribuir melhor", de acordo com seu slogan de campanha.

A liderança do partido político, composto por mais de cinco milhões de militantes, se compromete também a aumentar os esforços para combater a pobreza, da qual padece mais de 30% da população, em um universo de mais de 16 milhões de habitantes.

A criação de mais empregos no campo e na cidade, e o fortalecimento de setores como a educação e a saúde, mediante a capacitação de pessoal e mais investimentos, figuram como aspectos importantes no programa partidário.

Uma missão de observadores estrangeiros acompanhou as eleições em Angola. O chefe da missão da União Africana, Pedro Pires, ex-presidente de Cabo Verde, disse que as eleições ocorreram em conformidade com a Declaração de Durban. De forma semelhante manifestou-se a missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

Fonte: Agência Brasil