Eliana Gomes destaca Dia da Independência

No dia em que se celebra a emancipação política do território brasileiro de Portugal, data denominada como Independência do Brasil, sete de setembro, a vereadora Eliana Gomes (PCdoB) chama a sociedade para o debate em torno da importância de se “ajudar a construir no presente um futuro em paz com o passado”, segundo a parlamentar comunista.

Com isso, o mandato “Coragem pra Lutar” apresentou e realizou na Câmara Municipal de Fortaleza uma série de iniciativas que projetam a promoção das diversidades e dos direitos humanos, tão atacados no processo de desenvolvimento do Estado brasileiro e, mais recentemente, nos dolorosos anos de Ditadura Militar.

Foi com esses objetivos que Eliana Gomes assumiu a presidência da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, da Mulher, da Juventude, da Criança e do Idoso da CMFor, intervindo no município, através de políticas afirmativas e focando, especialmente, a elevação dos direitos de mulheres, negros, pessoas com deficiência, idosos, o grupo GLBT (gays, lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais), o combate às violências, a promoção dos direitos à emprego, renda, qualificação, educação, saúde e outras questões essenciais à cidadania. “A nossa real independência, depois de anos de escravidão, machismo, homofobia e ataque às liberdades individuais, em períodos de governos autoritários, só se dará com enfrentamento dos estigmas que contaminam a nossa sociedade e fortalecimento de ações afirmativas e reparativas”, avalia Eliana.

Memória, verdade e justiça!

Com isso, a vereadora é autora da proposta que torna o dia 31 de Março, data em que foi deflagrado o Golpe Militar no Brasil, em 1964, como o Dia Municipal da Memória, da Verdade e da Justiça, em Fortaleza.

É de iniciativa de Eliana também criação e instalação da Comissão da Memória, da Verdade e da Justiça em Fortaleza, que foi instalada com o objetivo de ajudar a revelar a recente história do Brasil durante os dolorosos anos de Ditadura Militar (1964-1985), apelidados como “anos de chumbo”, onde milhares de brasileiros e de brasileiras foram perseguidos, investigados, presos, exilados, cassados, torturados e mortos.

A medida acompanha a iniciativa do Estado brasileiro, que criou a Comissão da Verdade, feita pela Presidenta Dilma Rousseff, em novembro de 2011. A Comissão Nacional terá prazo de dois anos para ouvir depoimentos em todo o país, requisitar e analisar documentos que ajudem a esclarecer as violações de direitos ocorridas no período de 1946 a 1988. O trabalho da comissão não vai partir do zero, pois serão aproveitadas investigações como as do livro Brasil Nunca Mais, as informações produzidas pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, pela Comissão de Anistia e pelo trabalho investigativo de várias entidades espalhadas pelo país.

A Comissão Municipal será o aporte local da investigação federal, que também receberá o apoio de partidos, organizações populares, entidades como a Associação 64/68, de um Comitê com participação de parlamentares da Assembleia Legislativa.

O primeiro ato da Comissão foi a realização de Sessão Solene, que celebrou a instalação e realizou o ato de diplomação dos vereadores afastados pela Ditadura Militar. “Boa parte da história a ser contada ocorreu em cidades como a nossa, teve como vítimas e algozes gente que viveu e vive em Fortaleza. A presidenta Dilma, uma das milhares de pessoas que resistiram e foram vítimas do horror daquele trágico capítulo de nossa história, certamente exercerá o papel de grande estadista ao tornar real a comissão que finalmente contará o que realmente ocorreu naquele triste episódio. A juventude atual precisa conhecer a história de seu país, onde a tortura foi transformada em política de Estado durante os anos da ditadura”, destaca Eliana Gomes.

Caravana Bergson Gurjão

Eliana também apresentou a proposta de nomear a Caravana Direitos Humanos pelo Ceará como Caravana de Direitos Humanos Bergson Gurjão, através de solicitação feita à Coordenadoria Estadual de Direitos Humanos do Ceará.

O homenageado, Bergson Gurjão, foi uma das vítimas da Ditadura. Bergson era estudante de Química na Universidade Federal do Ceará (UFC), vice-presidente do DCE eleito em 1968. Foi preso no Congresso da UNE em Ibiúna e, logo após excluído da universidade com base no Decreto-Lei 477.

O militante foi gravemente ferido na cabeça quando participava de manifestação estudantil na Praça José de Alencar. Em 1969, foi residir na região de Caianos, onde continuou suas atividades políticas. Em 08 de maio de 1972, foi ferido e morto em combate nas selvas do Araguaia.

A ossada de Bergson foi localizada em 1996, numa escavação feita na região do Araguaia, mas apenas 13 longos anos depois foi confirmada sua identificação. O anúncio oficial sobre a confirmação dos restos mortais foi feito no dia 07 de julho deste ano pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SDH) da Presidência da República e pela Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos.

Fonte: Assessoria da Vereadora Eliana Gomes (PCdoB)