Luciano requer voto de pesar pela morte de Alcir Lacerda

 O deputado Luciano Siqueira (PCdoB) ocupou a tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta terça-feira (11) para homenagear o fotógrafo Alcir Lacerda, falecido no Recife, na segunda-feira (10), aos 84 anos. Luciano apresentou ainda requerimento para que fosse incluído na ata da sessão desta terça-feira voto de pesar pelo falecimento do fotógrafo.

 "Na vida de Alcir Lacerda, um pequeno gesto – o clique da câmera fotográfica – fixou imagens que perpetuam o modo de ser de nossa gente – a emoção, a dor, o amor, o desamor, a revolta, a alegria, a esperança – e os muitos ângulos, de nossa paisagem nordestina e brasileira, nem sempre perceptíveis ao olhar rotineiro, mas captados pelo fotógrafo que enxergou sobretudo a vida nas suas múltiplas nuances", afirmou Luciano.

Segundo ainda o parlamentar, "Alcir deixa uma saudade imensa entre todos os que com ele puderam conviver e se deixaram impregnar pelo seu jeito simples, carinhoso e solidário de tratar as pessoas, as coisas, a vida. Forjou gerações de profissionais da imagem. Minha filha, fotógrafa e cineasta Tuca Siqueira, reconhece o toque solidário de Alcir em praticamente todos os trabalhos que realizou, desde a peça com que se graduou – “Omni”, um misto de várias linguagens -, que Alcir ajudou a registrar em película" .


Alcir Lacerda. Foto: Diario de Pernambuco

Ele classificou a morte do fotógrafo como perda irreparável lembrando que Alcir Lacerda se dedicou a registrar a paisagem e o povo nordestino, além de ter formado um respeitável acervo de fotografias, atualmente sob a responsabilidade da Fundaj. Luciano fez um breve relato sobre a trajetória de Alcir, bem como sobre a repercussão de sua morte na imprensa local.

"Autodidata, sua primeira máquina foi uma Rolleiflex emprestada. Conheceu Lula Cardoso Ayres, artista plástico e fotógrafo, e juntos saíram para clicar os bairros do Recife. Pela revista Manchete, fez reportagens fotográficas sobre a seca, o golpe militar e a prisão de Miguel Arraes (mas o material foi apreendido pela ditadura). Em 1957, em sociedade com Clodomir Bezerra, fundou a ACÊ Filmes. A empresa chegou a contar com 25 fotógrafos na década de 1970”, destacou.