Campanha Salarial: Jornalistas realizam 3ª rodada de negociação
A proposta de equiparação do piso salarial dos jornalistas de jornais e revistas aos de mídia eletrônica será discutida com os representantes do sindicato patronal na manhã desta sexta-feira, 14, durante a terceira rodada de negociação da Campanha Salarial de Impresso, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE/CE).
Publicado 12/09/2012 09:44 | Editado 04/03/2020 16:29
Na primeira rodada, ocorrida no dia 17 de agosto, o presidente do Sindjornais, Mauro Sales, informou que não havia falado com os empresários sobre as propostas. "Apenas negou as cláusulas econômicas e sociais, alegando que os anúncios de bom momento do setor de jornais não passava de propaganda", lembra o diretor de Juventude do Sindjorce, Rafael Mesquita.
Já a segunda negociação, que aconteceria no dia 24 de setembro, foi desmarcada pelo presidente do sindicato patronal, alegando compromisso profissional no Interior. "Se a tática for empurrar com a barriga, é melhorar as empresas repensarem, pois não vai colar. Não temos pressa para fechar acordo ruim. Além disso, como o reajuste é retroativo, a demora só complica a situação dos departamentos financeiros dos jornais, que têm de calcular reajustes acumulados em cima de salários e benefícios", afirma a presidente em exercício do Sindjorce, Samira de Castro.
A minuta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) aprovada pela categoria estabelece o piso salarial dos jornalistas empregados em veículos impressos em R$ 1.775,61, para uma jornada de cinco horas diárias, respeitando as horas extras convencionadas em 80% (a 6ª hora trabalhada) e 100% (a 7ª hora trabalhada por dia). Para os demais salários, o índice de reajuste pedido é de 13%.
Fica também fixado na proposta o valor mínimo para reportagem especial, de R$ 134,55, por lauda de 25 linhas com 65 toques (ou 1.400 caracteres) para o autor de texto, e de R$ 67,28, por cada foto aproveitado, no caso de repórter fotográfico.
A categoria reitera a reivindicação por alimentação essencial, que volta para a mesa de negociação como uma necessidade do trabalhador de receber cesta básica, no valor mensal de R$ 234,00, conforme valor aferido pelo Dieese em maio deste ano.
A categoria também decidiu continuar reivindicando gratificação por qualificação. “As empresas precisam reconhecer e valorizar seus profissionais não apenas com premiações internas eventuais, mas com gratificação no contracheque, sobretudo daqueles que buscaram se qualificar por conta própria, investindo em cursos de MBA, especialização, mestrado e doutorado”, acrescenta Samira.
Outro destaque da CCT é que a cláusula que inibe o acúmulo de funções, ou seja, impede as empresas de impor aos seus empregados atividades que extrapolem a função descrita em seus registros profissionais ou em contrato de trabalho.
A ampliação do período de licença maternidade para as jornalistas-mães para 180 dias (seis meses) também foi outra reivindicação da base. “Aderindo ao programa Empresa Cidadã, conforme projeto de lei da então senadora Patrícia Saboya (PDT-CE), as empresas mostram que estão em sintonia com as novas realidades do mercado de trabalho, respeitando o período maior das mães trabalhadoras com seus filhos recém-nascidos", diz Rafael Mesquita.
Pauta de reivindicações dos jornalistas de impresso do Ceará
Piso: R$ 1.775,61
Reajuste: 13% para salários acima do piso
Reportagem especial: R$ 139,48 por lauda e R$ 69,79 por foto
Seguro de vida/invalidez: R$ 46.309,35
Cesta básica: R$ 234,00
Gratificação por qualificação: 10% para MBA e Especialização, 20% para Mestrado, 30% para Doutorado e 40% para Pós-Doutorado
Acúmulo de função: as empresas ficam proibidas de impor aos seus empregados atividades que extrapolem a função descrita em seus registros profissionais ou contrato de trabalho
Licença maternidade: assegura às mães jornalistas licença maternidade de seis meses com remuneração integral
Fonte: Sindjorce