Sem avanço: Empresas e Sindjorce suspendem negociação salarial

Estão suspensas por tempo indeterminado as negociações da Campanha Salarial 2012/2013 de Jornais e Revistas. Sem apresentar uma proposta de reajuste que atenda minimamente às necessidades da categoria, as empresas insistem na velha tática de vencer pelo cansaço e não reconhecer a importância dos jornalistas. Como os patrões não tinham nada a apresentar, a 7ª rodada de negociação, que aconteceria na manhã da última quinta-feira (25), foi desmarcada.

O presidente do sindicato patronal, Mauro Sales, afirmou que o diretor do jornal O Povo, André Azevedo, está "irredutível" quanto ao índice de reajuste dos jornalistas e demais cláusulas pleiteadas pela categoria. No entanto, não explicou o motivo da intransigência da empresa, compactuada pelos demais jornais, em recusar cláusulas que não têm impacto financeiro.

"A cláusula da licença maternidade de 180 dias vai proporcionar economia aos jornais, já que as mães passarão mais tempo em casa com seus filhos recém-nascidos e, desta forma, não precisarão do auxílio creche que a empresa é obrigada à ressarcir às famílias com filhos de até sete anos colocados em creches e escolas enquanto pai e mãe trabalham", afirma Samira de Castro, presidente em exercício do Sindjorce.

Samira chama atenção para a falta de disposição das empresas, representadas por seus prepostos, em negociar. "Passamos seis rodadas de negociação para que os donos de jornais chegassem a 6,39% de reajuste para o piso, o que representa um "aumento" de R$ 3,16 por dia. Ou seja, R$ 0,18 a mais em relação ao que foi oferecido pelos patrões (R$ 2,98 por dia) na quinta rodada de negociação", explica.

Enquanto isso, o Sindjorce baixou a proposta inicial – equiparação do piso de impresso ao de rádio e TV e reajuste de 13% para os demais salários – para um aumento linear de 11%. "A representante do Ministério do Trabalho reconhece a nossa boa vontade em negociar, abrindo espaço para novas propostas e argumentando o porque de cada cláusula. Do lado das empresas, é simplesmente não, mostrando claramente a postura de intransigência dos jornais e a desvalorização da categoria.

Fonte: Sindjorce