Bancários iniciam paralisação em todo país a partir desta terça

Bancários em todo o país entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (18). A categoria bem que tentou evitar a paralisação. Mas, mesmo após várias rodadas de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), clientes de bancos que pretendem ir a uma agência bancária nos próximos dias devem encontrar funcionando apenas os caixas eletrônicos.

Os bancários reivindicam reajuste salarial de 10,25%, com 5% de aumento real, além de plano de cargos, carreira e salários, maior participação nos lucros e resultados (PLR) e mais segurança nas agências. A proposta oferecida pela Fenaban foi 6% de reajuste salarial.

Aprovaram a paralisação os bancários da Bahia, Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Campo Grande, Florianópolis, Pernambuco, Ceará, Pará, Paraíba, Alagoas, Piauí, Mato Grosso, Rondônia, Roraima, Amapá, Londrina e Campinas, dentre outros.

Nesta segunda-feira (17) os bancários realizam assembleias organizar o movimento paredista, já que a Fenaban não apresentou uma proposta que contemple as reivindicações da categoria sobre remuneração, emprego, saúde e condições de trabalho, segurança e igualdade de oportunidades. A federação tinha prazo até hoje (17) para apresentar uma nova proposta, o que não foi feito.

Na quinta-feira (20), o sindicato pretende mobilizar bancários em greve a participarem de um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, a partir das 10h. Também devem participar do ato trabalhadores petroleiros e metalúrgicos, cuja data-base também está é no segundo semestre.

Há quase 500 mil bancários em todo o Brasil, sendo quase a metade nos bancos públicos. A expectativa é mobilizar a categoria ao máximo.

De acordo com o presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe, Emanoel Souza, que participa do processo negocial, a indicação do Comando Nacional de aprovar a paralisação com antecedência, tem dois objetivos. Um é cumprir as determinações legais de antecedência de 72 horas, para que o banco não tente entrar com dissídio contra a greve, e o outro é ampliar o canal com a população, conquistando mais apoio e assim pressionar os bancos.

"A radicalização é necessária para desmascarar os banqueiros, que adotaram o discurso de que não é possível conceder aumento real por conta da redução dos juros imposta pelo governo federal. O que é um verdadeiro absurdo, pois a medida beneficia a população e não afeta o rendimento das empresas, que é cada vez mais bilionário", declarou Emanoel.

Procurada pela Agência Brasil, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) ainda não se pronunciou sobre a greve, mas alertou a população de que muitas das operações bancárias poderão ser realizadas por meio dos caixas eletrônicos, internet banking, telefone e correspondentes bancários, tais como casas lotéricas, agências dos Correios e outros estabelecimentos credenciados.

Em 2011, a greve da categoria durou 21 dias.

Com CTB