Em discurso, Jô Moraes declara solidariedade aos bancários

Em discurso nesta terça-feira (19), Jô Moraes, que é deputada federal pelo PCdoB-MG, declarou sua solidariedade  ao movimento de luta dos bancários, que deflagaram greve nacional por tempo indeterminado. A comunista alertou que só no ano passado 49 pessoas foram mortas em ataques a bancos.

Jô Moraes também falou da alta rotatividade da mão de obra, o que gera a recontratação com salários até 35% inferiores aos que os profissionais ganhavam no emprego anterior. “Essas condições afetam toda a sociedade e muito mais drasticamente os bancários”, disse a parlamentar, durante entrevista, após pronunciamento na tribuna da Câmara.

Ela atribui a paralisação “à incompreensão da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) na mesa de negociações. Eles estão conversando desde agosto. Os bancários reivindicam mais segurança, aumento real de salário da ordem de 5%, auxílio creche e Plano Nacional de Carreiras. Ou seja, demandas básicas, fundamentais para se ter condições mínimas de trabalho e vida familiar”, avalia.

Jô Moraes juntou ao seu pronunciamento o documento organizado por entidades que compõem o Comando Nacional dos Bancários.

A seguir íntegra do documento que tem o título:

Fenaban não negocia e bancários entram em greve nacional nesta terça.

“Como a Fenaban ignorou o prazo oferecido pelo Comando Nacional dos Bancários para apresentar uma proposta decente às reivindicações da categoria até as assembleias desta segunda-feira (17), os bancários de todo o país entram em greve por tempo indeterminado a partir desta terça-feira 18 por 5% de aumento real, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades.

A paralisação foi aprovada nas assembleias realizadas na última quarta-feira 12 pelos mais de 130 sindicatos representados pelo Comando Nacional. “Foram os banqueiros que empurraram a categoria para a greve. Apesar dos lucros recordes, mesmo maquiando os balanços com o superdimensionamento das provisões para devedores duvidosos, e de premiarem os altos executivos com aumentos reais de 9,7% sobre sua remuneração já milionária, que dará a muitos um ganho anual de R$ 8,4 milhões, os bancos se recusam a atender as reivindicações. Os bancários responderão a essa intransigência com uma greve forte como nos anos anteriores”, afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.

“Além de baixar a PLR dos bancários, com a maquiagem dos balanços os bancos reduzem contabilmente o lucro para justificar as tarifas escorchantes e as altas taxas de juros, as maiores do mundo, mesmo com a queda da Selic – além do fechamento de quase dez mil postos de trabalho no último ano”, critica o presidente da Contraf.

A Fenaban apresentou no dia 28 de agosto a proposta de 6% de reajuste, contendo apenas 0,58% acima da inflação, mesmo sabendo que a grande maioria dos outros setores da economia, menos lucrativos que o financeiro, fizeram acordos com aumentos reais bem acima desse índice.

O Comando Nacional considerou a proposta insuficiente e esperava uma nova oferta na rodada de negociação realizada dia 4 de setembro, mas os bancos mantiveram-se intransigentes. Apesar da carta enviada pela Contraf-CUT à Fenaban no dia 5 de setembro, para informar o calendário de mobilização e reafirmar que os trabalhadores apostavam em uma solução positiva na mesa de negociação, até agora os bancos nada responderam nem marcaram nova rodada de negociação.

As principais reivindicações dos bancários:

● Reajuste salarial de 10,25% (aumento real de 5%)
● Piso salarial de R$ 2.416,38. ● PLR de três salários mais R$ 4.961,25 fixos
● Plano de Cargos e Salários para todos os bancários
● Elevação para R$ 622 os valores do auxílio-refeição, da cesta-alimentação, do auxílio-creche/babá e da 13ª cesta-alimentação, além da criação do 13º auxílio-refeição
● Mais contratações, proteção contra demissões imotivadas e fim da rotatividade
● Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral
● Mais segurança
● Igualdade de oportunidades.”

Fonte: Ass. Dep. Jô Moraes