Na disputa pelas prefeituras, mulheres representam 12,45%

Dados divulgados nesta terça-feira (2), apontam que neste ano, as mulheres são 12,45% dos candidatos a prefeito e disputam (31%) das prefeituras no Brasil. Estão concorrendo 1.908 mulheres em um universo de 15.323 candidatos. Mesmo com estes números, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diz ser um avanço em relação à pleitos anteriores.

Em 2008, só 11,12% dos que concorreram aos Executivos municipais eram do sexo feminino. Em 2004, o quadro era ainda menor: somente 9,46% dos candidatos ao comando dos municípios brasileiros não eram do sexo masculino. 

"O quadro de 2012 não surpreende", diz a pesquisadora Clara Araújo, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). "O que foge à regra é o fato de, nas eleições para vereador, neste ano, pela primeira vez a cota mínima de candidaturas de mulheres estabelecida em lei, de 30%, ter sido atingida." Segundo a cientista social, 32% dos candidatos a vereador no Brasil em 2012 são mulheres – eram apenas 22% em 2008.

Nas eleições para prefeito, os números atestam a lentidão do crescimento das mulheres na participação política. Em 1996, as 744 mulheres candidatas representavam 7,32% dos 10.156 postulantes aos Executivos municipais – foram eleitas apenas em 5,11% dos municípios (188 cidades). Em 2000, o porcentual de candidatas cresceu pouco: entre os 15.031 candidatos, 1.140 eram mulheres (7,58%). Foram eleitas 322 prefeitas, aumento de 71,2% em relação à eleição anterior, mas apenas 5,79% do total de prefeitos eleitos – o número aumentou por causa da criação de novos municípios.

Houve nova expansão em 2004, quando, dos 15.636 candidatos às prefeituras, 1.480 eram mulheres. Após as duas rodadas de votação, 407 cidades brasileiras eram governadas por mulheres, e 5.113 tinham prefeitos homens. Quatro anos depois, em 2008, havia 1.743 candidatas a prefeito, em um total de 15.670 candidatos. Foram eleitas 506 prefeitas ( mais 24%, sobre o número anterior), mas o aumento, em relação ao total de municípios, foi mais discreto.

"É muito difícil concorrer para prefeito, é preciso um capital eleitoral", analisa Clara Araújo, que vê menos dificuldades para mulheres em eleições para o Legislativo, como as Câmaras Municipais.

Fonte: Jornal Estado de São Paulo