Número de candidatas à prefeitura no Brasil ainda é baixo

Nas Eleições 2012, as mulheres representam 12,45% das candidaturas a prefeito e disputam menos de um terço (31%) das prefeituras brasileiras. Em um universo total de 15.323 postulantes, elas representam 1.908 prefeituráveis. Na Bahia, a situação é quase a mesma: as mulheres são 12,95% do total de postulantes ao cargo de prefeito.

Segundo especialistas, os números são acanhados, já que as mulheres são mais de 50% da população do país. No entanto, o cenário representa um avanço, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Há quatro anos, as mulheres eram 11,12% entre os postulantes a cargos executivo municipais. Em 2004, elas eram 9,46% dos candidatos a prefeito.

Na Bahia, são 145 candidatas a prefeita, valor que representa 12,95% do total, índice um pouco superior ao constatado no país. Neste universo, o Partido Comunista do Brasil conta com sete postulantes às prefeituras baianas.

Em Riachão do Jacuípe, o PCdoB e a coligação “Para Riachão seguir em frente” apresenta o nome de Dra. Gleide. Já no município de Abaré, Larissa de Dida é a candidata pela chapa “A força da mudança”. Márcia, postulante ao cargo de prefeita em São Sebastião do Passé, encabeça a chapa “São Sebastião no rumo certo”.

Na cidade de Contendas do Sincorá, a coligação “Renovar é preciso” traz o nome da comunista Margareth; em Serra Preta, Angélica é a candidata pela chapa “Serra Preta livre”; e em Ibicoara, Sandra é a postulante pela chapa “Pra fazer muito mais!”. Por último, a coligação “Pra cuidar da nossa gente” apresenta o nome de Sônia Caires em Paulo Afonso.

Conhecedora do assunto e defensora de uma maior participação feminina nas eleições, a deputada federal Alice Portugal (PCdoB) falou sobre os índices divulgados. “Em 2009, quando fui coordenadora da Bancada Feminina, nós conseguimos aprovar uma mini reforma eleitoral, que dava conta da mudança de apenas uma palavra no artigo 10 da Lei 9.504/97: a mudança do vocábulo ‘reserva’ por ‘preencher’ na passagem cada partido ou coligação preencherá o mínimo de 30% (trinta por cento) e o máximo de 70% (setenta por cento) para candidaturas de cada sexo.”

Além disso, Alice afirma que a reforma diz que os partidos devam destinar 5% dos recursos do fundo partidário para fortalecimento das candidaturas femininas e 10% da propaganda partidária para as mulheres. “Essas duas medidas não são cumpridas”, declara. De acordo com a parlamentar, a mudança na Lei 9.504/97 aumentou em 85% a participação feminina nas eleições.

Em relação à eleição deste ano, Alice Portugal disse que, na Bahia, 30% das candidaturas para vereador é formada pelo sexo feminino. “Desde que alteramos a lei, essa é a primeira vez que atingimos a cota para vereadores no Brasil. Nesse aspecto, avançamos muito.”

Por fim, Alice declara que defende uma reforma política com viés de gênero, garantindo a paridade nas listas. Ela propõe ainda que seja necessário o financiamento público das campanhas, na medida em que as mulheres têm mais dificuldade para levantar o financiamento.

De Salvador,
Ana Emília Ribeiro