Planalto vai agir para conter violência no DF e Entorno
O Palácio do Planalto decidiu agir para tentar conter a criminalidade na Região Metropolitana do DF e evitar que se torne um problema de segurança nacional ou assuste ainda mais as missões diplomáticas hospedadas na capital da República.
Publicado 05/10/2012 09:29 | Editado 04/03/2020 16:40
Um acordo de cooperação técnica, que vinha em ritmo lento, foi acelerado depois que o membro do corpo diplomático da União Europeia foi vítima de um sequestro relâmpago na 408 Sul. Coordenado pela Casa Civil, o plano transformará a Região Metropolitana em uma área de livre atuação das polícias goiana e brasiliense, mas terá o respaldo de ações nas áreas de saúde e educação.
As polícias militar de Goiás e do DF terão liberdade para agir no patrulhamento preventivo, ostensivo, prisões e encaminhamento dos flagrantes às delegacias mais próxima s. “A atuação será conjunta. O plano está pronto e só falta ser assinado. O acordo dará liberdade para a cooperação e apoio mútuo”, diz o coronel Jooziel de Melo Freire, subsecretário de Segurança do DF. Na mira da polícia estão a entrada de armas e de drogas, prevenção a homicídios e latrocínios e aos sequestros relâmpagos praticados por quadrilhas que agem no DF, mas se escondem em Goiás.
Falta de repressão
No diagnóstico passado ao Governo Federal por autoridades do Buriti, a região tem um quadro de ausência de leis provocado, de um lado, pelo desmantelamento dos esquemas do bicheiro Carlinhos Cachoeira – que exercia o controle sobre as áreas de segurança sob o olhar quase contemplativo das autoridades – e, de outro, a ausência de ações de repressão ao crime. A precariedade de lei e ordem atinge todo o cinturão do Distrito Federal.
“O crime organizado pode entrar nesse vácuo”, diz uma fonte do GDF, que pediu para não ter o nome citado. Para ela, se não houver intervenção, a tendência é que a criminalidade avance como ocorreu no Rio de Janeiro, onde o tráfico seguiu o rastro deixado pela contravenção.
A primeira ação c oncreta do Ministério da Justiça, e que contribuiu para “acordar” o governo foi a instalação do efetivo de cem homens da Força Nacional de Segurança (FNS) em Valparaíso, Águas Lindas, Luziânia, Novo Gama e Cidade Ocidental. Envolvidos atualmente em investigações que deveriam estar sendo tocadas pela Polícia Civil de Goiás, esses policiais estão auxiliando o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público Federal no mutirão para resolver casos até então insolúveis.
Embora o Governo Federal se esforce para não ferir a autonomia na gestão da segurança pública, a FNS chegou à Região Metropolitana para ficar. A meta é destinar mais de mil homens definitivamente .