EUA negam visto a estudantes de universidades que fizeram greve

Estudantes de universidades federais que se programavam para passar as férias de fim de ano em um intercâmbio nos Estados Unidos, onde trabalhariam e aprenderiam inglês, tiveram os vistos negados pelo consulado norte-americano. A decisão que acabou com o sonho de muitos alunos foi motivada pela greve dos professores

A reposição dos quatro meses de paralisação vai interferir no período de férias. Em nota enviada à Student Travel Bureau (STB), empresa responsável pelo programa de trabalho nos parques da Disney, em Orlando, o consulado argumentou que, “em função das greves, este ano os estudantes de universidades federais não serão considerados elegíveis para o programa J1 Summer Work and Travel”.

De acordo com a STB, os alunos sabiam que, em caso de alterações no calendário acadêmico que comprometessem o embarque, a participação poderia ser reavaliada. A empresa afirma que trabalha para orientar os estudantes.

Entre eles, está Júlia Ávila, 21 anos, aluna do 6º semestre de economia da Universidade de Brasília (UnB). Ela calcula ter gasto mais de R$ 4 mil com as despesas do programa de intercâmbio. “Todas as entrevistas do processo de seleção eram presenciais e realizadas em São Paulo, o que exigiu que saísse de Brasília, pelo menos, duas vezes neste ano”, afirma. De acordo com ela, a segunda entrevista ocorreu em agosto, quando as universidades já estavam em greve e, mesmo assim, a STB não havia comentado sobre os possíveis problemas com o visto. “Nós (estudantes) só soubemos do impedimento da liberação do visto no último dia para o pagamento da taxa de R$ 800 do seguro viagem”, conta.