Em visita a Israel e à Palestina, Patriota defende a paz

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, colocou o Brasil à disposição para mediar a paz no Oriente Médio durante reunião com o presidente de Israel, Shimon Peres neste domingo (14) . Patriota argumentou que o Brasil é um país sem inimigos, portanto em condições de colaborar com as negociações para o fim do conflito. Ele reiterou sua esperança em verificar o "progresso mais rápido do processo de paz entre palestinos e israelenses".

Patriota lembrou o “peso econômico” do Brasil e o fato de este manter “relações amigáveis com todos os membros das Nações Unidas” e de não ter inimigos. “Talvez estejamos em uma posição única para ouvir todos os lados e participarmos nos esforços de paz”, disse o chanceler.

Apesar disso, de maneira insolente, o presidente da entidade estatal sionista, numa demonstração de intolerância, preferiu fazer provocações contra terceiros. Durante a reunião, Peres disse que o Brasil deve boicotar o governo do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. “Esperamos que o Brasil boicote futuros encontros com Ahmadinejad”, disse o agressivo Peres, em comunicado oficial. A declaração da autoridade sionista revela a política isolacionista e de guerra praticada pelo Estado de Israel, que é um fator de instabilidade e insegurança na região do Oriente Médio.

Na agenda do chanceler também havia reuniões com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e os ministros Avigdor Lieberman (Relações Exteriores de Israel), Dan Meridor (Inteligência e Energia Atômica) e Daniel Hershkowitz (Ciência e Tecnologia).

De Tel Aviv, Patriota segue para Ramalah, na Palestina, para uma série de reuniões políticas e econômicas.

O governo do Brasil é favorável à criação do Estado da Palestina autônomo e independente. Nos seus discursos, a presidenta Dilma Rousseff ratifica que o reconhecimento da Palestina é a única solução de paz entre israelenses e palestinos.

Em Ramalah, na Cisjordânia, Patriota deve mencionar na segunda-feira (15) a defesa do governo brasileiro na promoção do desarmamento nuclear e da não proliferação de armas nucleares. O Brasil defende a criação de uma zona livre de armas de destruição em massa no Oriente Médio. O chanceler brasileiro tem reuniões com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, com o primeiro-ministro Salam Fayyad, além de várias autoridades palestinas.

As reuniões incluem conversas com o ministro Riad Malki (Relações Exteriores) e o negociador chefe da Organização para Libertação da Palestina (OLP), Saeb Erekat. Será a primeira visita de um chanceler brasileiro desde o reconhecimento, pelo Brasil, da Palestina como Estado, em dezembro de 2010.

Também estão em pauta projetos de cooperação em áreas como saúde, urbanismo e agricultura.

As relações econômicas entre Brasil e Palestina têm potencial de crescimento, segundo o Ministério das Relações Exteriores, registrando um intercâmbio comercial de US$ 15,8 milhões em 2011 (primeiro ano de registro) e US$ 10,6 milhões no primeiro semestre de 2012. Há um acordo de livre comércio Mercosul-Palestina, firmado em 2011, possibilitará o fortalecimento dessas relações.

Com agências