População colombiana apoia processo de paz no país

Os colombianos apoiam massivamente o processo de paz, cuja segunda fase começará quando as equipes negociadoras das Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e do governo se sentarem à mesa de diálogo em Oslo, Noruega.

Atentos a cada detalhe, a paz torna-se o centro da esperança coletiva, sobretudo para várias gerações de jovens como o estudante universitário Manuel Caycedo, que declarou para a Prensa Latina que está ansioso para viver uma vida sem choques e levantar-se, a cada dia, com a certeza de uma absoluta normalidade. 


Leia também:
Farc e governo colombiano começam em Oslo negociações de paz
Noruega confirma coletiva de imprensa sobre diálogos de paz
 

A este sentimento se unem intelectuais, trabalhadores, organizações civis, entes governamentais, vozes e organizações internacionais. O senador do movimento político Mira, Manuel Virguez, disse que esta coletividade apoia de maneira incondicional o processo de paz entre o governo e as Farc, como um direito dos colombianos.

Cerca de 300 escritores, professores, investigadores e líderes do país manifestaram, em carta, seu apoio total às negociações de paz, que qualificaram como uma oportunidade única.

Assinada, entre outros, pelos jornalistas Daniel Samper e Alfredo Molano, a advogada Mónica Roa e a porta-voz do Movimento Colombianos e Colombianas pela Paz, Marleny Orijuela, o documento chama as partes para não levantarem-se da mesa até chegarem a um acordo final.

Após destacarem que nesta etapa a "discrição e a confidencialidade nas negociações são decisivas", acrescentam que “nenhum conflito armado interno se resolveu mediante diálogos públicos. A imprensa e a opinião pública devem entender”, afirmaram.

Também expressaram que o cessar-fogo é um elemento importante e altamente desejável, mas sua ausência não constitui um obstáculo insuperável e fazem um chamado para as partes cumprirem com as normas do direito de guerra.

A carta sugere incluir na agenda de negociações temas como a superação da pobreza rural, a democratização da propriedade da terra, a racionalização das terras dedicadas à pecuária, a reprimarização da economia, a segurança alimentar e a proteção dos recursos naturais.

“Uma paz negociada implicará reformas substanciais que afrontem a aberrante desigualdade, consagrem garantias efetivas para o exercício da oposição, atendam a raiz dos conflitos pela terra, coloquem fim nas violações dos direitos humanos e reparem devidamente as vítimas”, enfatizam os assinantes do documento.

Por sua parte, a responsável pelas relações internacionais do Partido Socialista da Noruega, Mona Wernes, afirmou que os integrantes da coalizão do governo norueguês apoiam o processo de paz.. Ela destacou que a Noruega respeita e oferece toda a ajuda para que o diálogo cumpra seu objetivo. Representantes de organizações internacionais não-governamentais, que estão acompanhando o processo de paz,  participam de um fórum, naquele país, dedicado à Colômbia. 

Fonte: Prensa Latina