Iván Márquez: "A paz na Colômbia é fundamental para o continente"

"O diálogo de paz entre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (Farc-EP) e o governo de Juan Manuel Santos está carregado do ambiente de independência e de reivindicação que vive a América Latina", afirmou o comandante guerrilheiro, Iván Márquez.

Ivan Marquéz - Farc

Em entrevista exclusiva para a Prensa Latina, o chefe da delegação das Farc destacou que “uma onda de importantes mudanças que os povos estão enfatizando seu repúdio ao neoliberalismo, recorre hoje o continente”. 

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Na opinião do líder insurgente “nossa América exige tomar seu próprio rumo e entende-se que a paz da Colômbia é fundamental para a paz do continente”.  Lembrou que o sonho do Libertador Simón Bolívar era ver “um continente unido” marchando pelo caminho da justiça e a liberdade, sem subordinações à potências estrangeiras. 

As Farc percebem que o apoio das nações irmãs para os diálogos com o governo “estão carregados deste ambiente de independência e de reivindicação dos interesses dos mais humildes”, disse.

Destacou o apoio da União das Nações Sul-americanas (Unasul) ao processo, expressado na última sexta-feira (30) na cúpula dos chefes de Estado e governo do bloco.
Os governantes expressaram seu “pleno apoio” ao processo de paz, cuja segunda etapa começou nesta quarta-feira (5) no Palácio das Convenções, em Cuba.

O diálogo de paz “trata-se de uma oportunidade histórica, favorecida pelo ambiente de cooperação e diálogo que prima na região, particularmente no marco da Unasul”, destacaram em pronunciamento.

“O recente apoio da Unasul para as conversas além de colocar em marcha a esperança de um povo que merece paz e justiça social, contribuirá para gerar um clima de distinção e paz na região”, considerou.

Iván Márquez reconheceu também o apoio dos povos e governo da Noruega e Cuba, fiadores do processo e do Chile e Venezuela como acompanhantes, o que considerou como “a vitória da solidariedade e do altruísmo”.

“E quem ganha é o povo da Colômbia que busca sempre a solução pacífica do conflito sobre a base da superação das causas que o geraram”, ponderou.

Para o comandante das Farc, este processo é só “um passo a frente; um passo importante”. Realçou que “deve ser dinamizado e potenciado com a voz do povo na mesa de diálogos, traçando a rota, esboçando o novo país, porque é ele que pode”.

Fonte: Prensa Latina