"O governo criminaliza a luta social", denuncia líder paraguaio
O líder das organizações camponesas paraguaias, Luis Aguayo, afirmou que o assassinato do dirigente agrário Vidal Vega, mostra que o governo pretende criminalizar a luta social e calar o protesto de camponeses e indígenas.
Publicado 06/12/2012 14:44

Em declarações a Prensa Latina, o também candidato a vice-presidente da República pela Frente Guasú, coalizão de partidos e organizações de esquerda, disse que esse crime é continuação do massacre de Curuguaty, em junho passado, onde morreram 11 camponeses e seis policiais.
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"Vega não só era dirigente dos camponeses vítimas daquela violência, mas uma testemunha presencial do ocorrido e a máfia o matou, porque queriam silenciá-lo, queimar um arquivo humano", disse.
Ele denunciou que não existe nos organismos competentes interesse em esclarecer o assassinato nem punir os responsáveis, tal como aconteceu ao dissolver o governo golpista a comissão independente de personalidades nacionais, criada para isso pelo presidente constitucional, Fernando Lugo.
"Querem apanhar e não clarificar, porque tudo foi montado para concluir com a destituição do mandatário eleito pelo povo e quebrar o processo institucional do país", afirmou.
Aguayo destacou que se quer amedrontar às organizações camponesas e indígenas e a outros movimentos sociais e por isso, ditos setores reagirão com uma grande mobilização na próxima segunda-feira em todo o país.
"Não vão nos calar, denunciaremos as violações dos direitos humanos, repudiaremos a profundização da criminalização da luta social, exigiremos a punição do crime, a libertação dos colegas presos e a entrega das terras dos camponeses", manifestou.
Igualmente, de acordo com a convocação divulgada, os assistentes recusarão os compromissos feitos pelo Governo com as multinacionais Monsanto e Rio Tinto Alcán, os quais entregam parte da soberania nacional.
A manifestação, convocada pela Mesa de Organizações e Líderes Políticos populares, recém constituída, se concentrará em uma praça central e depois desfilará pelas principais ruas até chegar com seus reclames à Promotoria Geral da Nação.
Essa grande mobilização será uma mostra de que não se poderá calar o povo paraguaio e se realizará pelas forças de esquerda e progressistas da nação, concluiu Aguayo.
Fonte: Prensa Latina