Paraguai: protestos contra acordo com multinacional Rio Tinto

Governo de Federico Franco assina primeiro acordo público com a multinacional Rio Tinto Alcán e desperta protestos populares na semana que termina neste país.

Paraguai contra a Rio Tinto

O documento inicial subscrito e o único divulgado sobre as intensas negociações entre as duas partes acusadas pela oposição de term sido mantidas em segredo, confirmou as suspeitas das organizações sociais e obrigou o presidente Franco a iniciar grande campanha publicitária para justificar as concessões à multinacional.

Franco concedeu mais entrevistas do que o normal aos meios de comunicação para assegurar os supostos benefícios da instalação da planta produtora de alumínio e apontar o governo anterior, de Fernando Lugo (deposto por um golpe de Estado em junho de 2012), como o iniciador das conversass com a empresa estadunidense.

Mesmo assim, não conseguiu convencer, colocando em evidência vários pontos importantes e controversos que levam a mais protestos públicos e também a análises mais profundas por especialistas.

Em primeiro lugar, o governo de Franco aceitou ceder o terreno para a instalação da conflituosa fábrica, em local próximo a rios com água abundante e acessos adequados. Em segundo lugar, o presidente confirmou o benefício da Rio Tinto em relação aos preços da energia que precisará em grande quantidade. Ficou acertado que ela pagará entre 30 a 60 dólares o megawatt/hora, um enorme favorecimento uma vez que o custo de produção é de 60 dólares o megawatt/hora.

Depois, teve que confessar que a fábrica não irá criar a anunciada grande quantidade de novos e insistiu, assim, no possível logro de constituir um parque industrial ao redor do lugar, sem apontar elementos concretos sobre sua materialização.

Não houve também nenhum estudo de impacto ambiental para o projeto, algo que é reclamado insistentemente pelas entidades sociais. Neste ponto as críticas aumentaram depois de se saber que a Rio Tinto recebeu quatro multas no Canadá, país sede do escritório central da multinacional, por poluir rios e terrenos com substâncias perigosas inclusive para pessoas.

Definitivamente, os fatos dos últimos dias, incluindo a divulgação do denominado pré-acordo, só serviram para que o amplo setor oposto à chegada da Rio Tinto ao território nacional anunciasse o aumento de suas ações de repudio no ano que vem chegando.

Com informações da Prensa Latina