Itália: Monti lança campanha com promessa de cortar impostos

O primeiro-ministro da Itália, Mario Monti, prometeu nesta quarta-feira (2) cortar impostos trabalhistas para estimular o crescimento na largada da campanha para um segundo mandato. O ex-comissário europeu foi nomeado em novembro de 2011 para liderar um governo não eleito para "salvar" a Itália da crise financeira após a saída de Silvio Berlusconi.

O partido de Berlusconi retirou seu apoio a Monti em dezembro, e o premiê renunciou em 21 de dezembro, cerca de dois meses antes do que havia sido planejado. Na sexta-feira, Monti abandonou seu papel de mediador para liderar uma aliança centrista para concorrer à eleição parlamentar de 24-25 de fevereiro. O bloco do premiê, de 69 anos, está agora em uma disputa de três vias com o Partido Democrático (PD), de esquerda; e o partido Povo da Liberdade (PDL), do quatro vezes primeiro-ministro Berlusconi, à direita.

Pesquisas iniciais sugerem que o bloco de Monti poderia ganhar até 16% dos votos, privando rivais de uma vitória clara, mas não o suficiente para governar. Elas mostram o PD e seus aliados da coalizão a caminho de ganhar a votação, pelo menos na Câmara. Monti repetiu nesta quarta-feira que quer formar uma ampla coalizão de partidos pró-Europa e pró-reforma após a eleição.

Para os italianos, que têm suportado o peso de medidas de austeridade que Monti introduziu no final de 2011 para, Monti prometeu baixar impostos sobre o trabalho e "redistribuir" a riqueza dos mais ricos aos mais pobres, se ele ganhar. "Precisamos reduzir os impostos sobre a força de trabalho, tanto para os trabalhadores quanto para as empresas, por meio do corte de gastos", disse ele em uma entrevista de uma hora com a rádio estatal.

Berlusconi

Monti novamente ridicularizou Berlusconi, dizendo que ele foi pessoalmente "confundido" por suas "ilógicas" oscilações de elogiar seu governo a atacá-lo. "Espero que os eleitores estejam menos confusos do que eu", disse. Berlusconi, de 76 anos, atacou Monti dizendo que ele recebia ordens da chanceler alemã, Angela Merkel, mas ao mesmo tempo ofereceu-lhe a liderança da centro-direita.

Pela primeira vez, Monti também atacou diretamente a centro-esquerda, dizendo que o PD, de Pier Luigi Bersani, e o aliado SEL eram muito próximos de posições sindicais destinadas a proteger os empregos e não criar novos. A centro-esquerda "quer conservar – por razões nobres e de boa fé, tenho certeza – um mercado de trabalho cristalizado, hiperprotetor, em comparação com outros países", afirmou Monti.

Monti é o favorito dos mercados, dos empresários e da Igreja Católica, e o PD disse que vai continuar o caminho do governo Monti de mente europeia, embora com ajustes para impulsionar o crescimento e o emprego.

Ópera Mundi