Almagro: Não há comparação possível entre Paraguai e Venezuela

Com o adiamento da posse de Chávez, setores da imprensa nacional começaram a comparar o golpe, que em junho de do ano passado destituiu o presidente legitimamente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, e a aprovação, pelo Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela, do adiamento da posse de Hugo Chávez. Para o chanceler do Uruguai, Luis Almagro, no entanto, as situações são incomparáveis.

Em entrevista concedida ao jornal uruguaio El País, o chanceler uruguaio, Luis Almagro, afirmou que os casos não tem relação alguma entre si: "as soluções encontradas pela Venezuela são internas e não têm nada a ver com sua Carta Constitucional, com sua organização democrática, com as variáveis políticas internas próprias do país, etc. Oxalá Chávez estivesse plenamente saudável e pudesse assumir, mas sua saúde não lhe permite e gera toda uma série de questionamentos institucionais que os venezuelanos deverão resolver conforme seu Estado de Direito", defendeu Almagro ao jornal.

O entendimento é o mesmo do governo brasileiro, para o qual a Venezuela goza de instituições democráticas sólidas o bastante para garantir a transição dos mandatos de Chávez e manter a estabilidade constitucional do país.

“Com o Paraguai, foram objetados os procedimentos do julgamento político. Uruguai nunca disse ‘não tem que haver julgamento político’. Essa foi uma decisão interna, mas o julgamento político deveria garantir o justo processo para uma defesa consistente, como o estabelecido pelo artigo 17 da Constituição paraguaia sobre os direitos básicos que devem ser atendidos e não foram cumpridos. Isso não tem absolutamente nada a vere esperamos que não tenha a ver”, ressaltou o diplomata.

E observou ainda que “os venezuelanos encontrarão seus tempos, razões e soluções políticas, e se as mesmas se ajustam ao Direito, não há o que dizer a respeito”.

Da Redação do Vermelho