Carta de Cristina a Cameron é entregue à Assembleia Geral da ONU

A carta da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, enviada ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, nos 180 anos da ocupação das Ilhas Malvinas, foi entregue aos integrantes da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) a pedido da representante da Argentina na ONU, Maria Perceval.

Na carta, enviada no dia 3 de janeiro, a presidenta argentina convidou o primeiro-ministro a retomar as discussões sobre o controle das Ilhas Malvinas. As ilhas atualmente estão sob domínio britânico, mas os argentinos reivindicam o direito de controle sobre a região. A disputa entre os dois países envolvendo as Ilhas Malvinas dura quase dois séculos.

Por meio de uma nota, Maria Perceval pediu ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, que a carta fosse distribuída a integrantes da organização. No documento, Cristina afirma que "o Reino Unido, a potência colonial, negou-se a restituir os territórios à Argentina, privando-a de reconstruir sua integridade territorial".

A presidenta afirmou também que "os argentinos das ilhas foram expulsos pela Armada Real Britânica e, posteriormente, o Reino Unido iniciou um processo de povoamento semelhante ao realizado em outros territórios de domínio colonial". Por fim, pediu "em nome do povo argentino (…) cumpramos as resoluções das Nações Unidas".

O governo do Reino Unido afirmou que insistirá na manutenção do controle sobre as Ilhas Malvinas, mesmo com a cobrança da Argentina de retomar as negociações sobre o tema. O primeiro-ministro britânico, David Cameron disse, uma semana após receber a carta, que vai "lutar" para manter a autoridade do Reino Unido na região.

No dia 3 de janeiro de 1833, os argentinos foram expulsos das Ilhas Malvinas. A Argentina tinha assumido a posse do território em 1820. As ilhas foram herdadas com a independência do país da Espanha.

A ONU reconhece que se trata de um caso especial de descolonização e que a discussão deve ser feita entre a Argentina e o Reino Unido. Nas reuniões do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul), a questão referente ao controle das Ilhas Malvinas é assunto constante. O Brasil e a maioria dos países latino-americanos apoiam a Argentina na reivindicação pelo controle das ilhas.

Agência Brasil