Paraguaios vão às ruas defender camponeses acusados por massacre

No aniversário de sete meses do sangrento massacre de Curuguaty, a promotoria paraguaia reiterou sua acusação a 14 camponeses, enquanto um ato popular os defendeu e pediu justiça. 

O promotor Jalid Rachil fechou oficialmente sua investigação sobre o fato, que culminou com a morte de 11 trabalhadores e seis policiais e foi utilizado como elemento fundamental na destituição do presidente constitucional da República, Fernando Lugo.

Paralelamente, em Assunção, foi realizado nesta terça (15) à noite um ato convocado por organizações sociais em apoio aos camponeses acusados, durante o qual se exibiu um filme com declarações de testemunhas e de participantes em uma investigação independente.

No documentário foram reproduzidos os resultados deste último relatório que denunciou a presença em Curuguaty de franco-atiradores com armas automáticas que dispararam contra trabalhadores e policiais para provocar confronto e matar boa parte das vítimas.

Trata-se, de acordo a essa investigação independente encabeçada por um jurista espanhol, de parte de uma escura operação política, e depois desses tiros vieram mortes extrajudiciais e a recusa de prestar atendimento médica a civis, além de dezenas de feridos e detidos.

Outro fato que o estudo destaca foi o assassinato do dirigente camponês Vidal Vega no dia 1 de dezembro, por duas pessoas, em frente a sua esposa e seus filhos, em seu domicílio em Yby Pyta 1, Curuguaty, departamento de Canindeyú, por ser uma testemunha chave do denominado massacre de Curuguaty.

A audiência preliminar, que era para ter sido realizada ontem, se desenvolverá, em realidade, no próximo dia 14 de fevereiro e nela a defesa dos presos pretende se apoiar nas provas apresentadas, sobretudo depois que o promotor admitiu basear sua acusação só em testemunhos policiais.

Com Prensa Latina