"Colonos" israelenses indiciados por violência contra palestinos

Com alguma surpresa, tomou-se conhecimento, nesta semana, que um dos antigos arquivos israelenses, de outubro de 2011, foi recentemente maturado para tornar-se um indiciamento. Em dezembro de 2012, o promotor da polícia indiciou dois israelenses que ocuparam terras na Cisjordânia por agredir um palestino.

Por  Yesh Din e Yossi Gurvitz*

"Colono" judeu patrulha assentamento ilegal - +972mag

Muhammad Al Qarajat foi atacado perto do assentamento ilegal, israelense, Karmei Tzur, na região do vale de Hebron, Cisjordânia. Os dois “colonos”, com um cachorro, atacaram o palestino que pastoreava seu rebanho de ovelhas, e depois de o agredirem, soltaram o cão contra as ovelhas; uma acabou morrendo.

Al Qarajat fugiu, prudentemente, enquanto os israelenses atiravam pedras, o que danificou o carro de outro palestino. Ele rapidamente chamou a polícia, que, contemplem, realmente fez o seu trabalho: recolheu testemunhos, fotografou o dano, e o resultado foi a mais rara das maravilhas, um indiciamento contra os “colonos” violentos.

E se pensa que isso nos surpreendeu, precisava ver os “colonos”. Karemi Tzur é um lugar problemático. Em junho de 2012, de acordo com reclamações que recebemos, o “ravshatz” do assentamento, “colono” responsável pela segurança dos assentamentos e que comanda soldados (semelhante a um xerife sem lei), fisicamente agrediu palestinos que estavam trabalhando em suas terras, perto do assentamento.

De acordo com a denúncia, o “ravshatz” mostrou ainda mais dedicação ao xingar o nome do profeta do Islã, Mohamed, enquanto atacava os palestinos. Os “colonos” que ele liderava xingaram dois voluntários internacionais, e disseram que eles estavam “sorrindo como nazistas.” O “xerife” depois convocou milicianos extremamente violentos contra os palestinos e os voluntários internacionais, que tentavam documentar o episódio.

O vídeo gravado foi suficiente para liberar um dos palestinos espancados e feridos. Vale a pena mencionar que durante sua audiência, o promotor militar alegou que ele havia se ferido quando o rifle de um dos soldados “acertou-o acidentalmente.” Uma estória provável. Apesar da existência do vídeo, a investigação do “ravshatz” foi recentemente fechada, enquanto a polícia de Hebron (na Cisjordânia) alegou que não podia identificar o perpetrador.

Proteção do exército aos assentamentos

Em abril de 2010, dois irmãos palestinos reclamaram que cerca de 250 árvores que tinham plantado em suas terras, perto de Karmei Tzur, foram arrancadas. Os “colonos” estiveram causando problemas naquele pedaço de terra por um ano antes disso. Este caso, também, foi arquivado.

É importante notar a colaboração próxima entre os soldados das Forças Armadas de Israel (FDI) e os “colonos”; e também é importante notar a violência impiedosa desses “colonos”. Outra vez, de acordo com o conceito de “segurança acima de tudo” amplamente aceito em Israel, eles provavelmente conseguiriam explicar o ataque contra Al Qarajat; ele era um palestino dentro do campo de visão de um assentamento, por isso podia ser considerado uma “ameaça”.

Nenhum pretexto desse tipo pode desculpar o maltrato às ovelhas, isso é sadismo puro e simples. Nenhum pretexto pode desculpar o arrancar das árvores, isso é vandalismo puro e simples. Mesmo assim, é esse vandalismo e esse sadismo que os soldados das FDI estão esforçando-se por proteger.

E, é claro, o indiciamento não significa necessariamente a convicção. E mesmo que haja uma convicção, nossos juízes há muito tornaram-se conhecidos como muito piedosos com judeus violentos com relação aos palestinos. Continua.

Yesh Din e Yossi Gurvitz escreveram para +972 Magazine, uma revista eletrônica israelense de jornalismo independente.

Fonte: +972mag
Tradução da Redação do Vermelho