Farc expressam solidariedade com luta camponesa na Colômbia

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (Farc-EP) expressaram sua solidariedade com a luta dos cafeicultores, produtores de cacau, vendedores ambulantes, trabalhadores do carvão e do transporte em defesa de seus direitos.

Iván Márquez

O chefe da delegação das Farc nos diálogos de paz com representantes do governo colombiano, Iván Márquez, criticou o presidente Juan Manuel Santos que, em seu discurso de de posse presidencial, prometeu prosperidade para os trabalhadores do campo.

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“Hoje, esses camponeses são atacados com balas e gás lacrimogêneo pelos Esquadrões Móveis Anti-distúrbio em povoados e estradas do país”, afirmou Iván Márquez. 

No meio dessa situação – de inconformismo dos cafeicultores pelo abandono do setor – o governo se nega a negociar. As Farc desmentiram o Ministério de Agricultura da Colômbia que justifica a repressão brutal alegando que o grupo insurgente atiça e exacerba os ânimos.

Márquez explicou que a crise no setor do café tem seu fundamento na falta de proteção da política neoliberal imposta aos camponeses produtores de café em um contexto de preços internacionais desfavoráveis.

Como consequência – explicou Márquez – existe uma queda abrupta na produção nacional, um aumento das importações para cobrir a demanda interna e responder pela quota de exportação e, principalmente, uma progressiva deterioração na renda dos cafeicultores.

"As Farc reiteramos hoje a proposta para que a pequena e média propriedade sejam objeto de medidas imediatas de proteção, tais como subsídios e compensações que ajudam a superar a crise estrutural do setor", indicou Márquez.

A guerrilha e o governo estão no sexto ciclo do diálogo de paz, iniciado em Havana no dia 19 de novembro de 2012, com o formato de três dias de conversa e um de recesso, e com o tema da terra como centro dessa aproximação, que visa acabar com décadas de conflito no país sul-americano.

Além do tema agrário, a agenda de comum acordo entre as Farc e o governo inclui a participação política, o fim do conflito, o problema do narcotráfico, a atenção às vítimas e os mecanismos de referendo e legitimação do pactuado na mesa.

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Fonte: Prensa Latina