Secretário admite que Campinas viveu 'apagão cultural"
O presidente da Comissão Permanente de Educação, Cultura e Esportes, vereador Gustavo Petta (PCdoB) abriu o segundo encontro da comissão questionando o secretário da pasta de Cultura, Ney Carrasco, sobre as ações imediatas para tirar Campinas do “apagão cultural” que vem sofrendo há anos.
Publicado 04/03/2013 12:12 | Editado 04/03/2020 17:16

Carrasco admitiu que a situação da cultura da cidade estava deprimente. “Eu imaginava que encontraríamos uma situação desconfortante, mas o que vi foi muito pior. Vi salas culturais transformadas em galpões de lixo, equipamentos sendo deteriorados, entre outros descasos”, revelou.
Ele contou que nos últimas 60 dias de governo a primeira prioridade foi a realização do Carnaval, após isso deu início na recuperação estrutural dos espaços públicos como, por exemplo, o Museu de Imagem e Som e iniciou os projetos de recuperação e reabertura do Centro de Convivência.
A reunião foi marcada por muitas discussões e expectativas positivas para a área da cultura da cidade. Os vereadores da comissão puderam ter um panorama dos trabalhos que serão desenvolvidos pela atual gestão.
Uma questão polêmica discutida na reunião foi a reabertura do Centro Escolar de Música Manoel José Gomes. Carrasco garantiu que a escola será reaberta no segundo semestre deste ano. “Não há má vontade política, porém para se fazer bem feito no serviço público é preciso tempo”, ressaltou.
Planejamento e ações
O secretário informou à comissão que sua gestão terá como direcionamento quatro grandes eixos: visibilidade, formação, diversidade e integração. Ele pretende fazer com que as produções culturais alcancem um maior número de pessoas e faça com que Campinas volte ao patamar nacional e mundial que já esteve.
Carrasco quer oferecer uma formação cultural que seja continuada, no que se refere aos cursos de artes, além de cursos temporários para a população.
No eixo diversidade, Carrasco enfatizou a valorização de todos os projetos sem distinção de estética. “Vamos avaliar a qualidade dos projetos, sem levar em consideração preferencias pessoais”, garantiu.
O secretário disse que a cultura permeia muitas áreas da política e que portanto é preciso uma boa integração entre as partes. “Não vamos valorizar apenas teatros e espetáculos, queremos promover ações em que a cultura está inserida, como por exemplo, o tratamento médico por meio de ações culturais, como é feito no programa dos Hospitalhaços”, exemplificou.
Para ajudar a recuperar a cultura da cidade, a secretaria criou dois mini-escritórios que darão suporte à população para a criação de projetos culturais e administração da prestação de contas desses projetos. “Vamos oferecer uma consultoria para que as pessoas possam elaborar projetos coerentes e não sejam mais suspensos de receber verbas públicas por falta de conhecimento na prestação de contas”, explicou.
O presidente da comissão, vereador Gustavo Petta, faz um balanço positivo em relação aos esclarecimentos dos projetos para a cidade. “Cabe a nós vereadores, acompanhar os processos, fiscalizar as atividades para que Campinas não passe mais pelo apagão cultural que passou”, afirmou.
Carrasco se compromete a intermediar pelos músicos
Vários músicos e produtores musicais estiveram na reunião e cobraram do secretário de Cultura uma atitude com relação às casas que foram fechadas após o cumprimento Decreto do Executivo, publicado em 30 de janeiro, que resultou no desemprego de muitos profissionais da área.
Ney Carrasco explicou que não compete a secretaria abrir ou fechar casas e bares, mas que ele está à disposição para intermediar pela categoria junto as outras pastas. “Me comprometo a intermediar o diálogo entre o Departamento de Urbanismo e representantes do meio musical”.
Ele ressalta que já propôs uma força-tarefa para que a Prefeitura seja ágil na reabertura dos estabelecimentos que já se adequaram as exigências.
De Campinas, texto e foto da Assessoria de Imprensa da Câmara Municipal