Jornal dos Sarney não disponibiliza notícias sobre corrupção

 

Em pleno escândalo que levou o ex-senador Demóstenes Torres (ex-DEM) à cassação, em 2012, o desenvolvedor de aplicativos Wilson Baraban Filho decidiu fazer um programa para reunir as notícias publicadas na internet sobre o caso. “Era uma enxurrada. Mais de cem por dia”, conta.

Do volume, surgiu a ideia para criar um aplicativo para iPhone que contabilizasse o noticiário sobre corrupção publicado em veículos de comunicação brasileiros. Foram dez meses para refinar a ferramenta até que ela fosse lançada, em janeiro deste ano, com o nome de “Corruptômetro”.

“Por se tratar de um tema sério, a gente tinha preocupação de fazer um ‘robô’ que realmente funcionasse”, afirma Baraban.

Desde abril de 2012, quando começou a contabilizar as notícias, mais de 12 mil foram encontradas. O mecanismo busca notícias em 15 dos maiores veículos do país, incluindo o site da Folha.

O usuário pode visualizar através dele as últimas cem notícias de cada site.

Segundo o desenvolvedor, o programa tem uma série de algoritmos que determina se a notícia trata mesmo de corrupção. Ele ressalta que não basta aparecer o nome de um político envolvido em escândalos para ser contabilizado.

Um caso que chamou a atenção do desenvolvedor foi o do jornal “O Estado do Maranhão”, ligado à família Sarney, onde nenhuma notícia sobre corrupção foi encontrada. “Primeiro achei que fosse problema técnico. Mas entro no site deles toda semana e realmente não falam do tema.”

Desde o lançamento, cerca de mil pessoas baixaram o aplicativo na AppStore, a loja virtual da Apple. Baraban ainda pretende lançar versões para iPad e para aparelhos com sistema o operacional Android.

Fonte: Folha de São Paulo