Argentina pede mediação do papa sobre Ilhas Malvinas 

"Pedi ao papa a intervenção para conseguir um diálogo entre as partes", disse a presidenta aos jornalistas após uma audiência privada com o novo sumo pontífice, quem até a passada semana era o arcebispo de Buenos Aires.

Em uma entrevista coletiva, Cristina recordou a atuação de João Paulo II em um conflito similar entre Chile e Argentina pelo canal de Beagle.

De acordo com a presidenta sul-americana, na reunião foi abordado com o pontífice um tema muito sensível para os argentinos, o relacionado com a soberania sobre as ilhas localizadas no Atlântico Sul – que estão a cerca de 14 mil quilômetros do Reino Unido.

"Estamos diante de uma oportunidade histórica mais favorável, pois no Reino Unido e na Argentina há governos democráticos e não há risco de confronto bélico para além da militarização britânica sobre o Atlântico Sul", apontou.

"A Argentina é um país mais que pacífico, só queremos que se cumpram as múltiplas resoluções das Nações Unidas que pedem o diálogo sobre a soberania das Malvinas", acrescentou.

Cristina destacou também que Francisco I elogiou o trabalho formidável dos governos latino-americanos a favor da integração regional, em correspondência com as ideias de San Martín e Bolívar.

Segundo a presidenta argentina, o novo bispo de Roma parecia sereno, seguro e tranquilo, em paz mas também ocupado e preocupado pela imensa tarefa de conduzir o Estado do Vaticano e o compromisso de mudar as coisas que ele sabe que devem ser mudadas.

A chefe de Estado estendeu um convite a Jorge Mario Bergoglio, eleito como sumo pontífice em 13 de março passado, para voltar à Argentina, desta vez como papa Francisco I.

"Ele já tem uma agenda repleta, mas obviamente deseja visitar a Argentina", explicou Cristina, a quem o líder da Igreja católica respondeu que consultará seus assessores para que trabalhem no sentido de concretizar essa viagem.

Dezenas de milhares de católicos se manterão em vigília amanhã na Argentina para seguir ao vivo a missa inaugural de Francisco I, que será retransmitida através de telas gigantes na Praça de Maio em Buenos Aires e em outras cidades do interior do país.

Fonte: Agência Prensa Latina