Registro de Roriz sob risco de impugnação

Suplente do ex-governador, senador Gim Argello pode perder o cargo. Messias de Souza pode até assumir o cargo no Senado, se Justiça cassar mesmo Roriz.

O pleno do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve analisar, nas próximas sessões, o pedido de cassação do registro de candidatura a senador de Joaquim Roriz (sem partido) por abuso de poder econômico. A pauta de julgamentos do Diário da Justiça Eleitoral de ontem incluiu, com outros três casos, o recurso ordinário interposto pelo PCdo B, cuja análise vinha sendo adiada desde 2009. A relatoria está sob responsabilidade da ministra Laurita Vaz.

Em 2006, Roriz concorreu ao Senado e venceu. Meses depois, o ex-governador acabou renunciando e favoreceu o seu suplente, Gim Argello (PTB), que ocupa atualmente a vaga. Caso os ministros decidam cassar o registro, isso pode mudar a configuração da bancada do Distrito Federal na Casa, já que o posto seria do segundo colocado nas eleições daquele ano, no caso Agnelo Queiroz, hoje governador. Por conta disso, o lugar seri a ocupado pelo suplente da coligação, Messias de Souza, atual administrador de Brasília.

A denúncia encabeçada pelo PcdoB destaca o fato de Roriz ter se aproveitado do número de atendimento da Companhia de Abastecimento e Saneamento de Brasília (Caesb), 115, para fazer propaganda subliminar coincidente com os dígitos de sua candidatura. “É plausível a nossa argumentação, já que houve caracterização de crime eleitoral à época, mas aguardaremos a posição do TSE”, disse o advogado Luiz Carlos Alcoforado, que defend e a coligação de Agnelo.

A presidente do TSE, Cármen Lúcia, quer limpar a pauta de processos até novembro, quando deixa o cargo. Com isso, a magistrada pretende evitar o acúmulo em ano eleitoral, quando o tribunal passará a ser comandado pelo ministro Dias Toffoli. O senador Gim Argello preferiu não comentar o assunto enquanto não houver o julgamento. Messias de Souza não foi encontrado pela reportagem.