Excluído do debate, candidato paraguaio critica falta de conteúdo

Os partidos de esquerda do Paraguai têm denunciado a falta de espaço nos debates televisivos. Nesta segunda-feira (25), o candidato da Frente Guasu, Aníbal Carrillo, criticou, em nota, a falta de criatividade e conteúdo dos presidenciáveis. Em sua análise, o debate foi, no melhor dos casos incipiente e o “desempenho geral dos candidatos esteve muito por baixo do que a cidadania merece escutar”.

Lugo e Carrillo

Para Carrillo, o que os paraguaios viram foi a falta de propostas inovadoras e o desconhecimento de alguns candidatos sobre os avanços do governo de Fernando Lugo.

“Escutar Horacio Cartes [Partido Colorado] falar dos centros de Atendimento Primário à Saúde (APS) da província de Misiones na Argentina como uma grande novidade é quase uma ofensa. Ao que parece, não viu os dados do programa APS que foi implementado no governo que ele mesmo tratou de derrubar”, afirmou. “Mas não surpreende que esteja alheio à realidade. O que podemos esperar de um homem que nunca votou em sua vida”?, acrescentou.

E criticou a exclusão das candidaturas progressistas dos meios de comunicação. “Muita gente está descontente com o que viram, porque os que estão ali presentes respondem ao mesmo modelo de país cinza que seus partidos se encarregaram de construir por décadas. Estes candidatos querem continuar essa trajetória, importando modelos de desenvolvimento como o das maquiladoras, que se baseiam na exploração trabalhista, e perseguindo as organizações sindicais para que os patrões se desliguem de toda responsabilidade para com os trabalhadores”.

O candidato apoiado pelo ex-presidente Fernando Lugo disse ainda sobre a lei de meios que a Frente Guasu pretende impulsionar: “para evitar que as empresas midiáticas sigam excluindo as diversas vozes que compõem nosso território, como se constatou que fizeram com o debate presidencial, propomos uma lei que impulsione a democratização das comunicações. Esta lei garantirá o direito à liberdade de expressão de todas e todos, fortalecendo aqueles canais alternativos de difusão de informação, como as rádios comunitárias e os meios públicos”, concluiu.

Da Redação do Vermelho,
Vanessa Silva