Palestinos em protesto são evacuados após a partida de Obama

Até terem sido expulsos a força neste sábado (23) à noite, ativistas palestinos construíram e mantiveram um acampamento de protesto na região chamada Leste 1 (E1) contra a ocupação e a expansão dos assentamentos israelenses, para direcionar a sua mensagem ao presidente dos EUA Barack Obama, que deixou Israel no dia anterior. 

Palestina é detida por soldados israelenses - Activestills

Enquanto o avião do presidente Obama estava pousando no aeroporto Ben Gurion (em Tel-Aviv, Israel), na quarta-feira (20), os ativistas palestinos retornaram à área E1 para estabelecer mais uma vila de protesto, na tradição de Bab Al-Shams (Porta do Sol, vila de protesto palestino não-violento) e outras ações similares em meses recentes.

Os organizadores nomearam o novo acampamento de “Ahfad Younis”, em homenagem ao personagem principal da novela Bab Al-Shams, como ficou denominada a vila de protesto original em janeiro deste ano.

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Primeiro, uma pequena força da Polícia de Fronteira israelense assistiu enquanto centenas de ativistas reuniram-se, sob as colinas e desde o assentamento israelense de Ma’ale Adumim. Como todos os assentamentos nos territórios ocupados da Palestina, Ma’ale Adumim é ilegal sob o Direito Internacional. Entretanto, quando a noite chegava, as forças israelenses cercaram o acampamento.

De acordo com o noticiário Ma’an:

Uma porta-voz militar israelense disse que centenas de palestinos estabeleceram um ‘assentamento ilegal’ e que as forças de segurança estavam na área para ‘manter a ordem’. Ela disse que os soldados prenderam o motorista de um caminhão lotado com equipamentos, incluindo tendas. Mohammad Khatib, um porta-voz dos ativistas, disse que os soldados deram um documento aos protestantes em que declaravam a área uma zona militar fechada.
 

A ação, enquanto continuava com o mesmo tema de protestos similares contra a ocupação israelense e a expansão dos assentamentos, focou muito da sua mensagem na visita do presidente dos EUA Barack Obama.

De acordo com uma declaração dos organizadores:

… A ação de hoje tem como objetivo, ‘primeiro, reivindicar o nosso direito como palestinos de retornar às nossas terras e vilas; segundo, para reivindicar a nossa soberania sobre as nossas terras sem a permissão de ninguém. Terceiro, nossas ações objetivam a proteção das nossas terras da confiscação contínua e da ameaça de assentamento e colonização. E quarto, para expandir a resistência popular como uma forma de resistência, entre muitas, em que o nosso povo está engajado em todas as partes.

Como a ação deste dia coincide com a vista do presidente Barack Obama à região, os ativistas afirmam a sua oposição à política da administração norte-americana, que tem sido cúmplice da ocupação e do colonialismo israelense.
 

E os organizadores enfatizaram: “Uma administração que usou o veto 43 vezes entre 79 (entre 1979 e 2011), em apoio a Israel e contra os direitos palestinos, uma administração que dá ajuda militar para Israel de quase três bilhões de dólares anualmente, não pode ter qualquer contribuição positiva para alcançar a justiça e os direitos do povo palestino”.

O acampamento foi mantido por quarto dias antes de ser forçadamente evacuado neste sábado à noite, um dia depois de o presidente Obama ter partido de Israel e, depois, da Jordânia. Cerca de 40 ativistas detidos durante a expulsão foram depois libertados perto de Ramallah, cidade administrativa da Cisjordânia.

Veja mais fotos do protesto e da expulsão feita pelas forças israelenses aqui.

Fonte: +972 Magazine
Tradução: Moara Crivelente, da redação do Vermelho