Obama inicia nesta quarta (20) primeria visita oficial a Israel 

O presidente dos Estados Unidos Barack Obama chega a Israel nesta quarta-feira (20), para a sua primeira visita oficial ao país. O Portal Vermelho acompanhará a visita dando sequência às análises já publicadas sobre o processo de paz com os palestinos e sobre outros temas, como o programa nuclear iraniano e o conflito interno na vizinha Síria. 

Obama chega a Israel - Haaretz

O jornal israelense Ha’aretz já publicou diversas análises sobre a postura de Obama, que se reuniu, ainda nos Estados Unidos, com o grupo de pressão (ou lobby) judeu Aipac, para organizar a agenda política dos temas a serem tratados em Israel. O grupo é visto por muitos analistas políticos como a principal força impedindo Obama de tomar uma postura séria e eficiente com relação à guerra israelense contra os palestinos, que já dura mais de 60 anos.

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Outros temas importantes a serem abordados são a questão interna da Síria (ameaçada por uma eventual intervenção imperialista e de ingerência politicamente interessada em sua soberania), o acordo de paz entre Israel e Egito e o programa nuclear iraniano, que o governo israelense acusa de ter propósitos bélicos e que, por isso, ameaça atacar militarmente o país.

Obama também ainda não tomou uma posição concreta sobre este assunto, apesar de tender para o belicismo com declarações de que “todas as opções estão sobre a mesa.” Além disso, uma pesquisa de opinião realizada nos EUA concluiu que 65% dos estadunidenses apoiariam um ataque do seu país contra o Irã, para “impedir o desenvolvimento do programa nuclear” iraniano.

Os EUA e Israel acusam o Irã de ter como objetivo a construção de armas nucleares, apesar de mais uma vez não terem evidências a respeito e de o país persa ter afirmado diversas vezes o contrário. O aniversário de 10 anos da invasão do Iraque, que tinha o mesmo pretexto (armas de destruição em massa) e que foi frustrada neste sentido, parece não ter convencido alguns estadunidenses da falência do imperialismo agressivo do seu país.

Diálogos de paz

De acordo com o Ha’aretz, o secretário de Estado dos EUA John Kerry, que também esteve em Israel em fevereiro e que acompanha o presidente nesta visita, deverá voltar ao país após a partida de Obama, para discutir com o primeiro-ministro israelense recentemente reeleito, Benjamin Netanyahu, eventuais diálogos de paz com os palestinos.

A estratégia do silêncio a ser empregada por Obama ainda não foi confirmada, apesar de ter sido mencionada já em diversos artigos. No começo do mês, um oficial da Casa Branca havia sido citado pela agência AFP dizendo que Obama afirmou que a viagem “é mais uma oportunidade de consulta com o governo de Israel sobre uma ampla agenda de questões” do que “sobre um problema específico”.

Entretanto, a esperada negligência com o processo de paz é vista por jornalistas israelenses críticos como Amira Hass, Gideon Levy e Yacov Ben Efrat como um erro crucial que levaria ao afastamento da Autoridade Palestina, presidida por Mahmud Abbas, e à escalada da revolta palestina.

Na Faixa de Gaza, o partido e movimento de resistência islâmica Hamas havia dito que a visita de Obama elevaria as tensões, e acusou o presidente de ter apoiado nas agressões militares de Israel ao território palestino em 2008 (quando 1.400 palestinos morreram) e em 2012.

Enquanto na Europa discutiram-se as necessidades urgentes de a União Europeia tomar finalmente uma posição cotundente contra os crimes cometidos por Israel contra os palestinos (com prisões arbitrárias, repressões, restrição de movimentos, expropriações e outras graves violações de direitos humanos), os EUA ainda não tomaram o mesmo rumo. Resta esperar pelo desenvolvimento da visita de Obama para tirar conclusões.

Da Redação do Vermelho