Programa de Capriles visa a interesses econômicos, diz sociólogo

O programa da oposição venezuelana submete o poder cidadão a interesses econômicos em contraposição ao modelo de cunho social representado pelo presidente interino, Nicolás Maduro, afirmou, nesta terça-feira (26) o sociólogo francês Romain Migus.

O autor do livro "O programa da Mesa de Unidade Democrática (MUD)" destacou que o projeto opositor subordina a política do país aos poderes econômicos, numa visão oposta à de Maduro, que põe o ser humano como centro de seu programa de governo.

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Sobre o tema, em entrevista à Venezuelana de Televisão, o sociólogo explicou que, no caso do importante setor petroleiro, a proposta da MUD se baseia em desvincular a estatal Petróleos de Venezuela S.A (Pdvsa) do poder político e, portanto, cidadão.

“Eles [os opositores] querem separar o cargo de presidente da PDVSA do de ministro de Petróleo e Mineração, além disso, querem converter a estatal petroleira em uma empresa comercial que se dedique a pagar impostos, como organismo desvinculado do tecido industrial e dos problemas sociais da nação”, detalhou o especialista.

“Isso em contraposição à política petroleira do governo venezuelano, centrada na justa distribuição dos recursos provenientes da comercialização do petróleo em planos de investimento em benefício dos venezuelanos e que, em 14 anos, permitiu destinar mais de 500 bilhões de dólares a obras de perfil social”, acrescentou.

Quanto ao candidato presidencial opositor Henrique Capriles, Migaus advertiu que este pretende esconder do país o compromisso que assinou, de aplicar as medidas acordadas no programa comum da MUD.

"Não é o mesmo que Capriles entregou perante o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). É preciso recordar que no dia 23 de janeiro de 2012 ele assinou seu compromisso de aplicar essas medidas da MUD se chegar à Presidência da República, mas o que entregou no CNE foi outra coisa", recordou o especialista.

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Fonte: Prensa Latina