Em Barinas, Maduro garante que burgueses "não voltarão"

Apoiando-se em todo o legado do ex-presidente Hugo Chávez, o candidato Nicolás Maduro iniciou sua campanha eleitoral nesta terça-feira (2) na casa onde o “comandante supremo” foi criado, na cidade de Sabaneta, no estado de Barinas, no ocidente venezuelano. No segundo ato de campanha, já em Maracaibo, no estado de Zulia, Maduro exibiu a multidão vídeo gravado por Lula.

Por Vinicius Mansur*, de Caracas

Ola Bolivariana

Nicolás Maduro durante comício no estado de Barinas nesta segunda-feira (2)

Em Sabaneta, a partir da casa que pertenceu à avó de Chávez e hoje é sede do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Maduro partiu dirigindo um ônibus e liderando uma carreata por cerca de 75 km até a capital do estado de mesmo nome, Barinas, onde comandou um comício multitudinário. “A partir do dia em que me juramentem como presidente vou, com os vice-presidentes e ministros, dirigindo eu mesmo um ônibus, recorrer a pátria inteira para governar com o povo”, disse, agregando em seguida: “Vamos governar na rua, temos que romper o burocratismo do esquema de poder burguês”.

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Tanto no comício de Barinas, como no de Maracaibo – capital do estado Zulia, onde os chavistas realizaram comício no final da tarde – Maduro exibiu, em vídeo, o momento em que Chávez o escolheu como sucessor. “Por que me postulei? A quem represento? Sou um burguês? Já fui? Represento a burguesia? “, indagou a multidão que lhe respondia com um estrondoso“não” a cada pergunta. “Não sou ambicioso, não sou personalista. Se estou aqui é porque estou cumprindo a ordem do nosso comandante Hugo Chávez”, enfatizou.

Maduro também rebateu as críticas da oposição que, tal qual editoriais recentes da mídia tradicional brasileira, o acusaram de ser apenas “uma sombra de Chávez”. O candidato afirmou que “burguesia é incapaz de entender e de respeitar o amor e a espiritualidade que nós temos”, levando a massa chavista aos gritos de “não voltarão!”.

No comício em Maracaibo, o candidato chavista exibiu o vídeo de apoio gravado por Lula. Nele, o ex-presidente brasileiro recorda e elogia o trabalho feito por Maduro quando chanceler da Venezuela e finaliza: “Maduro presidente é a Venezuela que Chávez sonhou”.

Após a exibição de quase 2 minutos, Nicolás Maduro agradeceu a Lula “por todo amor que deu a Chávez e todo apoio à Revolução Bolivariana”, embalou a multidão a cantar o nome de Lula ao ritmo de “Olê, olê, olê, olá, Lula, Lula” e disse que o petista sofreu dos mesmos preconceitos que ele sofre da burguesia por sua origem de classe.

O candidato da oposição, Capriles Randonski, afirma desde a campanha presidencial de 2012 que quer ser eleito para governar como Lula. As eleições acontecem no próximo dia 14 de abril e a campanha até 11.

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*Felipe Mansur é jornalista da Carta Maior e integra, em Caracas, o coletivo ComunicaSul de comunicação colaborativa